Indicação apresentada pelo senador Nelsinho Trad (PSD/MS) quer incluir jornalistas no grupo de prioridade para vacina contra Covid-19, no Plano Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde. Em vídeo divulgado na noite de terça-feira (6), véspera do Dia do comemorado nesta quarta-feira (7), o parlamentar citou dado da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), que aponta o Brasil com o maior número de jornalistas mortos pela doença no mundo.

Em sua fala, Nelsinho apontou os profissionais radialistas, jornalistas que trabalham em veículos de TV, rádio, sites, repórteres de campo, produtores, editores de texto, de imagem, de som, fotógrafos, cinegrafistas, diretores, chefes de redação, operadores de imagem e som. “Todos aqueles que têm contato diário e contínuo com a cobertura de toda esta face triste que nós estamos vivenciando”.

A justificativa, além das estatísticas de óbito por coronavírus entre a categoria, inclui também a constante exposição do jornalista durante a cobertura, como idas aos hospitais, postos de saúde e outros locais de aglomeração. “Confesso que me sensibilizei. Fiz a indicação no sentido de estimular o Ministério da Saúde para que possa incluir na linha de frente de prioridade, para entrar na fila mais rápido”.

Em Campo Grande

O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Carlão (PSB), afirmou que protocolou na prefeitura, ainda na terça-feira, ofício em que pede a abrangência da categoria na prioridade. Segundo o parlamentar, houve conversa com o prefeito (PSD) e o governador (PSDB), no sentido de tentar garantir a inclusão. “Os jornalistas ficam muito expostos durante o trabalho e muitos já morreram”, comenta o presidente.

Carlão deverá falar sobre o assunto na sessão de quinta-feira (8) na Câmara Municipal.

Dados da Federação dos Jornalistas

Segundo balanço divulgado pela entidade que representa profissionais do Brasil, 169 jornalistas morreram entre abril de 2020 e março de 2021. Em três meses deste ano, o número de óbitos entre a categoria supera 2020, quando foram registradas 78 mortes. São 86 vítimas em 2021, percentual 8,6% maior que de abril a dezembro passado.

Os estados com mais mortes de jornalistas são Amazonas, Pará e São Paulo, com 19 cada um. Rio de Janeiro tem 15 e Paraná, 13. A faixa etária de profissionais vitimados era 51 a 70 anos.

Mato Grosso do Sul também teve tristes perdas. A última morte de profissional da imprensa por conta do coronavírus aconteceu em 29 de março. O jornalista Denilson Pinto, 53 anos, morreu vítima de complicações da covid-19. Denilson ficou internado por nove dias no Hospital El Kadri, em Campo Grande. Neste ano também faleceram o jornalista Guilherme Filho, 64, e o repórter fotográfico Valdenir Rezende, 55, também vítimas da Covid.

Dia do Jornalista

Dia 7 de abril é a data que homanageia o trabalho dos profissionais da comunicação, responsáveis pela apuração de fatos e entrega da informações sobre os acontecimentos. A definição do dia foi criada pelo ABI (Associação Brasileira de Imprensa) como homenagem a Giovanni Battista Libero Badaró – figura importante na luta pelo fim da monarquia portuguesa e Independência do Brasil.