A pandemia de Covid-19 fez com que os pedidos de dispensa de mesários em Campo Grande batessem recorde em 2020. Comparado com 2016, as solicitações aumentaram 20.484%, segundo dados do TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul).

Em 2016, entre os 28.376 voluntários convocados no primeiro turno, apenas 25 pediram dispensa. A corte não informou se algum desses pedidos foram ou não aceitos.

Quatro anos depois, dos 36.153 mesários chamados, 5.148 solicitaram dispensa. Cabe ao juiz da zona eleitoral correspondente decidir, com base na argumentação do voluntário, se aceita a dispensa ou mantém a pessoa no corpo de mesários.

Os dois pleitos têm algumas diferenças, apesar de terem objetivos semelhantes. Devido à pandemia, as eleições de 2020 foram adiadas para novembro. O último pleito marcou também a primeira vez que o prefeito foi escolhido em primeiro turno após 12 anos.

Há quatro anos, no segundo turno, apenas três voluntários pediram dispensa em Campo Grande. 176 faltaram ao serviço. Nesse caso, o TRE recruta qualquer eleitor que aceite compor a mesa. Em alguns casos, quando o grupo de voluntários tem quatro pessoas, os trabalhos podem continuar normalmente com três mesários.

No primeiro turno de 2016, 432 voluntários não compareceram às seções. Mesmo com a pandemia, esse número aumentou pouco em 2020. 557 voluntários não apareceram na primeira – e única – rodada do último pleito, o que representa aumento de 28,93%.

O Jornal Midiamax questionou o TRE ainda sobre o número de dispensas aceitas e recusadas, quantas tiveram a pandemia como motivo, e quantos suplentes precisaram ser chamados, mas a corte informou que esses dados não são contabilizados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Abstenção

Como mostrou o Jornal Midiamax no ano passado, a pandemia ocasionou outros recordes eleitorais. A abstenção na Capital atingiu o maior índice nos últimos 35 anos.

Em 2020, 25,14% do eleitorado apto não compareceu. Isso representa 154.003 pessoas entre 612.487 votantes.

Os cidadãos da capital de Mato Grosso do Sul voltaram a eleger seu prefeito em 1985, mas já tinham eleito os novos governador, vice, senadores e deputados em 1982.

Naquele ano, 31,42% dos eleitores não compareceram às urnas. Os primeiros pleitos tiveram abstenção alta, que veio diminuindo gradualmente nos anos seguintes. Mas desde a instituição do segundo turno, menos eleitores voltam às urnas.