O governo do estado de São Paulo definiu que a Avenida Paulista, tradicionalmente conhecida por ser um ponto de protestos na capital, será ocupada exclusivamente por manifestações a favor do presidente Jair Bolsonaro no dia 7 de setembro. Essas informações foram divulgadas pela Folha de S. Paulo.
Os movimentos pró e contra o presidente haviam solicitado o direito de livre manifestação e protestos no local. De acordo com a Folha e outros portais de notícias, o governo deu prioridade para o grupo bolsonarista devido à data de solicitação do pedido. O uso exclusivo se deu por decisão judicial, com o receio dos governantes de que houvesse embates entre ambos os lados por viés político.
A avenida deve ser ocupada pelos manifestantes contra o presidente na data do dia 12 de setembro, onde movimentos como o Vem Pra Rua e Movimento Brasil Livre (MBL) têm convocado pessoas para o ato.
Convocação do presidente para o ato de 7 de setembro
Bolsonaro está convocando a participação de seus apoiadores no dia do ato. “Eu sou leal ao povo brasileiro. O povo tem que nos dar o norte do que devemos fazer”, disse Jair em entrevista à Rádio Capital Notícia Cuiabá. Os bolsonaristas têm tratado a data como “Nova Independência”.
No dia 30 de julho, setores de oposição ao presidente se uniram em prol da Campanha Nacional Fora Bolsonaro – organizações que são a favor do impeachment e que reivindicam mais vacinas contra covid. Eles também convocaram pessoas para manifestações no mesmo dia e lugar.
A Paulista e seu histórico de manifestações políticas
A Paulista virou símbolo de manifestações políticas de peso ocorridas no país em 2013. Dando continuidade ao legado, todas as quatro passeatas ocorridas com a causa do “Fora Bolsonaro” ocorreram nesse endereço. Assim como uma série de passeatas pró-bolsonaro em ocasiões e datas distintas.
De acordo com a burocracia necessária para solicitação de uso de lugares públicos para passeatas como essas, os grupos devem notificar antecipadamente a Polícia Militar e informar o número previsto de público e o trajeto da manifestação, se houver. Através de uma decisão judicial de 2020 que impede o uso do mesmo local por grupos “ideologicamente opostos”, é necessário a classificação como oposição, situação ou neutro.
O jurídico explica que a decisão foi tomada não para censurar nenhum tipo de movimento político ou ideológico, mas sim para evitar confrontos em vias públicas e o uso da polícia militar para dispersão e separação de ambas as partes, com intuito de pacificar a situação.
A oposição foi aconselhada a escolher outro local para se reunirem, com garantias de que haveria um acompanhamento das forças de segurança, porém sem qualquer intenção de chegar à avenida Paulista. Mesmo assim, ainda corre o risco de conflitos em situações antagônicas, como metrô e praças definidas como ponto de encontro dos grupos. Esse fato deixa os organizadores dos atos e também a própria polícia em alerta.