Se a economia aos cofres públicos fosse critério na disputa pela presidência do Senado, (MDB-MS) sairia na frente do adversário, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). A sul-mato-grossense custa menos da metade do que o mineiro.

Segundo dados da Transparência do Senado, Pacheco gastou R$ 607,5 mil da cota parlamentar nos últimos dois anos. Mais da metade do valor – R$ 309,2 mil – foi para custear “serviços de apoio”, mais precisamente agências de monitoramento de e consultoria política.

O democrata ainda dispensou R$ 91,7 mil em hospedagem, alimentação e combustíveis, além de outros R$ 60,9 mil em passagens.

No mesmo período, Simone Tebet fez uso de R$ 279,9 mil da cota parlamentar. O principal gasto foi para custear aluguel e luz do escritório de apoio em (R$ 155,7 mil).

Já as despesas em serviços de apoio somaram apenas R$ 22,5 mil – quase 14 vezes menos que o adversário. Além disso, Simone exigiu R$ 21,6 mil para hospedagem, alimentação e combustíveis, valor quatro vezes menor que o de Pacheco.

O democrata e a emedebista também têm gastos distintos em relação ao quadro de funcionários. Rodrigo Pacheco hoje emprega 37 pessoas, das quais 19 em seu gabinete e 18 em escritórios de apoio, geralmente instalados no estado de origem do parlamentar.

Por outro lado, Simone tem 21 servidores à disposição, com 16 no gabinete em (DF) e cinco em escritórios de apoio.

Corrida por votos

Gastos à parte, Rodrigo Pacheco estaria em vantagem perante Simone Tebet no placar de votação pela presidência do Senado. Isto porque ele já teria os 41 votos necessários para ser eleito em fevereiro. O bloco de apoio ao democrata – apoiado por Jair Bolsonaro (sem partido) – tem, além do DEM, também PSD, PP, PT, PDT, , Republicanos, PSC e PL.

Já Simone contaria, nas contas mais otimistas, com 27 votos garantidos. A sul-mato-grossense teve as adesões do próprio MDB, além de Cidadania e Podemos. Este último, no entanto, liberou parlamentares divergentes. Ela tentava o apoio do PSDB, mas os tucanos “racharam” e não fecharam questão em torno de um só candidato.

Por outro lado, bancadas como de PSL (2 senadores), Rede Sustentabilidade (2) e PSB (1) ainda não definiram lado.

A votação para presidência é secreta, por isso, “traições” são sempre uma possibilidade. Se no Podemos os senadores Romário (RJ) e Marcos do Val (ES) indicam preferência por Pacheco, Esperidião Amin, do PP, deve contrariar sua bancada para apoiar Simone.

A sul-mato-grossense busca seguir os passos do pai, Ramez Tebet, que presidiu o Senado entre 2001 e 2003. Além disso, ela pode ser a primeira mulher presidente da Casa.