Após enfrentar críticas do comércio pela série de medidas restritivas tomadas pela prefeitura de Campo Grande para conter o avanço do novo coronavírus COVID-19, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) disse acreditar que a recessão é inevitável diante do atual cenário e a escolha ficará entre preservar ou sacrificar vidas.
“Mas a economia entrará numa grande crise”, comentou o prefeito em relação às cobranças que tem recebido. “Entrará de qualquer jeito! A recessão é inevitável. Preferimos contar os mortos ou os desempregados? Vão-se as vidas, ficam as metas fiscais? Convém lembrar que cadáveres não trabalham, não produzem, não consomem nem contratam”, pontuou Marquinhos.
Ele lembrou ainda que, dentre as mortes recentes em decorrência da doença no mundo, um especialista financeiro do FMI (Fundo Monetário Internacional) que em sua última postagem mencionou artigo do New York Times que questionava se a luta contra o coronavírus estaria sendo pior que a própria doença acabou sendo uma das vítima fatais, aos 26 anos.
Nesta sexta-feira (27), empresários da Capital fizeram carreata e buzinaço pelas ruas do Centro pedindo à prefeitura que restabeleça o funcionamento do comércio. Na quinta-feira (26), atendendo a determinação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o prefeito liberou o funcionamento de restaurantes, igrejas, casas lotéricas e da construção civil, seguindo regras específicas.
Medidas para reabertura dos shoppings e comércio em geral ainda estão sendo discutidas com os representantes da categoria. No âmbito nacional, o Governo Federal prepara campanha intitulada #OBrasilnãopodeparar, para retomada das atividades com isolamento vertical somente para os grupos de risco.
A medida contraria as orientações da OMS (Organização Mundial de Saúde). Na Itália, campanha semelhante foi veiculada há cerca de um mês com o tema ‘Milão não para’. Na ocasião, a região onde a cidade está situada somava 12 mortes. No último domingo (22), o prefeito veio a público classificar como erro a defesa ao retorno das atividades normais, feita por ele anteriormente. Nesta sexta-feira (27), o número de mortos na região chegou a 5.402 pessoas.