Nomeação de Ramagem ‘pode até ser legal, mas não é moral’, diz deputado Beto Pereira

O Deputado Federal Beto Pereira (PSDB-MS), disse nesta terça-feira (28), ao Jornal Midiamax, que a nomeação de Alexandre Ramagem para chefiar a Polícia Federal, oficializada hoje (28) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), “pode até ser legal, mas não é moral”. “Não questiono a capacidade dele e muito menos o currículo”, ponderou o deputado. “Meu […]

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Deputado Federal Beto Pereira (Cleia Viana
Deputado Federal Beto Pereira (Cleia Viana

O Deputado Federal Beto Pereira (PSDB-MS), disse nesta terça-feira (28), ao Jornal Midiamax, que a nomeação de Alexandre Ramagem para chefiar a Polícia Federal, oficializada hoje (28) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), “pode até ser legal, mas não é moral”.

“Não questiono a capacidade dele e muito menos o currículo”, ponderou o deputado. “Meu questionamento é sobre a relação estreita dele com a família Bolsonaro, assumindo o comando de um órgão que, inclusive, está investigando um dos filhos do presidente”, comentou.

A nomeação acontece em meio a uma crise instaurada no Planalto, após o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, pedir demissão na semana passada, na esteira da exoneração do ex-diretor da PF, Mauricio Valeixo. Moro acusou Bolsonaro de tentar interferir no trabalho da polícia com indicações políticas e se opôs à demissão de Valeixo.

Além disso, o novo chefe da polícia é amigo do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente que, de acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, está sendo investigado pela corporação por suposto envolvimento em esquema de disparo de notícias falsas durante a campanha eleitoral de 2018, que resultou na vitória de Bolsonaro.

Nas redes sociais, neste domingo (26), o presidente respondeu a uma seguidora que questionou a relação de amizade entre Ramagem e os filhos. “E daí? Antes de conhecer meus filhos eu conheci o Ramagem. Por isso, deve ser vetado? Devo escolher alguém amigo de quem?”, escreveu o mandatário. O novo chefe da polícia também trabalhou na segurança do presidente.

Para suceder Moro no Ministério da Justiça, Bolsonaro escolheu André Mendonça, que ocupava a chefia da Advocacia-Geral da União (AGU) e é pastor da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília. Pereira elogiou a indicação do novo ministro. “Um técnico com vasta experiência e que já desempenhava um bom trabalho na Advocacia Geral da União”, disse.

O deputado lembrou, no entanto, que “o nome de André só foi escolhido após pressão em cima do Presidente que queria nomear outra pessoa, também amigo da família Bolsonaro”. “Seria mais um caso que feriria a ética. Ainda bem que o Presidente cedeu à pressão da sociedade e optou por André Mendonça”.

Entre os nomes cotados para substituir Moro estava o de Jorge Oliveira. Ele já foi assessor parlamentar de Bolsonaro e, depois, chefe de gabinete na Câmara de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, do qual também foi padrinho de casamento.

Já a deputada federal Rose Modesto (PSDB-MS) elogiou as escolhas de Bolsonaro. “André Mendonça sempre atuou com isenção nos cargos públicos que ocupou, respeitando os preceitos constitucionais. Esteve em cargos que o credenciam, como coordenador-geral da Advocacia da União, diretor de Patrimônio e Probidade, além de comandar, nos últimos 16 meses a Advocacia-Geral da União”, disse.

Sobre Ramagem, Rose lembrou que o novo chefe da polícia “tem experiência na área por estar na corporação desde 2005”. “São qualificações que dão condições para exercerem de forma competente suas atividades e espero que deem continuidade ao trabalho do ex-ministro Sérgio Moro de forma isenta e autônoma para que o combate à corrupção e o fortalecimento da segurança pública tenham continuidade”, disse.

Questionada sobre se a ligação entre Carlos e Ramagem não feriria o princípio de neutralidade do cargo, Rose respondeu que “só o tempo vai dizer se fere ou não qualquer princípio”. “Vai depender da postura de cada um daqui pra frente”, concluiu.

 

 

 

 

 

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Agência Brasil
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