Fim de coligação pode amenizar abstenção na pandemia em MS, diz especialista

Abstenção eleitoral, em 2020, dever ficar só um pouco acima da média dos anos anteriores, avalia o cientista político e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) Daniel Miranda. Em ano com pandemia, que exigiu uma série de restrições e mudanças, incluindo o adiamento do pleito eleitoral, a dúvida é se, mesmo […]

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Abstenção eleitoral, em 2020, dever ficar só um pouco acima da média dos anos anteriores, avalia o cientista político e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) Daniel Miranda. Em ano com pandemia, que exigiu uma série de restrições e mudanças, incluindo o adiamento do pleito eleitoral, a dúvida é se, mesmo com as autorizações, os eleitores vão se ‘animar’ em enfrentar filas e votar para eleger prefeitos e vereadores.

O TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) afirma que o preparo até 15 de novembro – nova data da votação – é intenso, com contratação de consultorias por parte do TSE, por exemplo.

Há ideia de fazer campanha em rede nacional para que, eleitores acima de 60 anos votem nos primeiros horários, enquanto os mais jovens, mais tarde.

O horário de votação também será antecipado, para evitar aglomerações. Uso de máscaras e álcool em gel será exigido e disponibilizado nos locais de votação.

Apesar  da espera de certa abstenção, o fato de ser eleição municipal, pode amenizar o impacto negativo. Daniel explica que pleitos eleitorais locais apresentam, geralmente, os menores índices de abstenção nas eleições brasileiras. “Provavelmente, por serem eleições em que os temas são locais e os candidatos estão mais próximos do eleitor”.

Dados das eleições passadas indicam que, de 2000 até 2016, período que abrange cinco eleições municipais, a média de abstenção em Mato Grosso do Sul foi de 15%. Já as eleições gerais, onde são escolhidos presidente, senadores, governadores, deputados federais e estaduais, as ausências chegam a 20%.

Contudo, neste ano, estamos lidando com um cenário jamais previsto. A pandemia, para o cientista, fará com que as pessoas tenham mais cautela e, assim, deixem de votar.

Ou, ainda, ele acredita que a maioria vai normalizar o dia a dia do já tão falado ‘novo normal’, até novembro, “ainda mais do que já normalizaram”. “E vão votar de qualquer forma”.

O fim das coligações para vereadores pode favorecer a decisão por votar, acredita Daniel, porque a situação deve fazer com que os partidos lancem o máximo de candidatos possível. “Se aumentar, realmente, o número de candidatos, isso pode “puxar” a mobilização, afinal de contas, a probabilidade de cada eleitor conhecer pessoalmente algum candidato aumenta”.

Comportamento

Contudo, mesmo com o receio de eleitores em permanecer em ambientes com outras pessoas, a aglomeração não deve inibir a participação eleitoral. “Basta ir ao centro de Campo Grande para ver que aglomeração não espanta ninguém”.

Ele conclui que há dois cenários são possíveis nestas eleições.

“No primeiro a abstenção pode aumentar por causa da pandemia. O segundo é esse, em que a abstenção será normal ou não crescerá tanto por causa do possível número de candidatos. Eu apostaria que a abstenção será maior que a média, mas nada muito absurdo”.

Realidade

Sobre a doença, uma das notícias que pode projetar estabilização até novembro, é a taxa de transmissão que hoje está em 1,03. Há uma semana, o número era 1,09. Para que a situação seja considerada controlada, a taxa deve ficar abaixo de 1.

Enquanto isso, em período de convenção partidária até 16 de setembro, as legendas fazem suas reuniões com as condições possíveis. Há os que optam por encontros virtuais, outros, insistem nas convenções presenciais, mas com uso de máscara, álcool em gel e distanciamento entre os participantes.

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