Por cerca de 30 minutos, o de (PSD) fez a transmissão ao vivo diária durante a pandemia do coronavírus, mas em tom de desabafo nesta segunda-feira (18) após a Prefeitura receber mais de 600 denúncias de aglomerações no final de semana. O líder do executivo municipal criticou as festas familiares, bailes funks e bailes noticiados de sexta a domingo. “Se a consequência fosse uma advertência, tudo bem. Mas neste caso, a consequência é a morte”.

O prefeito destacou as medidas tomadas pela gestão para estruturar a Saúde e criticou empresários e famílias que estão descumprindo as regras de durante a pandemia. “Nós recebemos seguimentos de diversos setores, que se comprometeram a cumprir os planos de biossegurança que entregaram, mas que não estão cumprindo”.

Marquinhos disse, ainda, que não há fiscais em número suficiente para quase 900 mil habitantes. “Somos todos adultos. Se fosse para fiscalizar bebês, tudo bem. Mas as pessoas que sabem das consequências do coronavírus são adultas. São vocês que precisam ter consciência e se responsabilizar por essas aglomerações, que não podem acontecer”, prosseguiu.

Somente neste final de semana, foram mais de 600 denúncias na cidade de festas e aglomerações. “Baile funk, festa de aniversário em época de pandemia. Você pode até dizer que essas mortes já existiam, mas você sabe que isso que você insiste em negar não é verdade. São mortes a mais e nós precisamos ser responsáveis com a nossa família, com todos ao nosso redor”.

Marquinhos também chamou a atenção de empresários. “Vocês vieram aqui dizendo que iam falir, demitir, que iam perder o que construíram a vida toda. Nós reabrimos com o compromisso de vocês cumprirem as regras. Então cumpram. Sejam responsáveis. A gente vê essas mesmas pessoas extrapolando, não seguindo as regras”.

Aos pais, foi chamada a atenção pela guarda dos jovens flagrados em festas e nas ruas. “Cadê o sacerdote da casa? Cadê a mãe? Por que tem jovens e adolescentes de noite, após o toque de recolher em festas, nas ruas? Vocês precisam ser responsáveis pelos seus filhos e mantê-los em casa”, pontuou. “Pediram toque de recolher às 22h, nós ampliamos. Aí disseram que não dava para chegar em casa, que motorista de aplicativo tinha que devolver o carro porque já não dava para trabalhar após esse horário. Nós nos sensibilizamos e ampliamos para meia noite. Mas porque ainda tem gente 2h, 4h na rua?”.

Barreiras em Campo Grande

O prefeito disse ainda que não é possível negar atendimento ao interior do Estado e que a população precisa estar consciente. “Recebi sete pedidos de políticos do interior sobre internações e a gente tem leitos, a gente não pode negar. Se hoje estamos em situação confortável foi porque vocês colaboraram. Não pode achar que passou, porque ainda não passou”, destacou.

“Vou impedir de vir para Campo Grande? Vocês sabem o que é a pessoa morrer com falta de ar? É assim que nós vamos cuidar dos nossos irmãos?”, comentou

Marquinhos aponta o pedido de orações no final de semana como um indício de que a população acredita erroneamente que ‘o pior já passou’. “Não recebi nem 5% de mensagens de oração no último domingo como da primeira vez que pedi. Eu costumava ser assim, pedir só na hora do desespero. Mas saibam que esse vírus ainda não foi embora e a gente precisa cuidar”, disse.

O prefeito finalizou a transmissão se desculpando pelo tom de desabafo, mas pedindo mais uma vez pela colaboração da população frente ao novo coronavírus, com medidas de distanciamento social e uso de máscaras nas ruas, caso seja realmente necessário sair de casa.

Mesmo que Mato Grosso do Sul seja o Estado brasileiro com menor incidência de casos, é preciso seguir atento, mantendo distância social, lavando as mãos constantemente e usando máscaras nas ruas. Sempre que possível, é preferível ficar em casa porque cerca de 60% dos portadores do Covid-19 não tem nenhum sintoma, mas podem contaminar outras pessoas, principalmente idosos, complicando a saúde dos mais vulneráveis, que podem chegar a óbito após serem contaminados.