Desgastado, Reinaldo admite que ‘sumiço’ na campanha foi estratégia do PSDB

Alvo de denúncia ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), Reinaldo Azambuja chegou a se licenciar do cargo na reta final de campanha eleitoral.

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O PSDB admitiu a estratégia de tirar Reinaldo Azambuja (PSDB) dos holofotes da campanha eleitoral em Mato Grosso do Sul. Com o governador na berlinda, alvo de denúncia ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, a direção estadual tucana decidiu esconder Reinaldo e colocar lideranças menores para rodar o interior.

“Cada partido tem uma estratégia. Uma equipe saiu para cuidar da campanha e deixamos o governador cuidando do governo. Nosso partido não tem só o governador. Tem a executiva do partido”, disse hoje o presidente estadual do PSDB, Sérgio de Paula, em entrevista coletiva. 

A fala se deu em complemento a do governador, que, anteriormente, reconheceu sair de cena no período eleitoral para “cuidar do governo, da gestão”.

Desgastado após as investigações da Polícia Federal no bojo da Operação Vostok culminarem na ação penal em análise pelo ministro Félix Fischer, Azambuja chegou a pedir licença do cargo na reta final de campanha – justamente no momento em que as lideranças políticas costumam aparecer mais para endossar candidaturas aliadas.

O governador emendou o ‘feriadão’ do Dia de Finados e se afastou da função por uma semana. No interior, candidatos tucanos ficaram intrigados e lembraram da pescaria de janeiro deste ano, quando Azambuja foi flagrado na Argentina ao mesmo tempo em que assinava atos como se despachasse de seu gabinete.

Confrontado durante a coletiva do PSDB sobre a licença deste mês e se aproveitou o período para novamente ir pescar, Reinaldo se limitou a dizer que tem direito de se ausentar do cargo e que “não interessa a ninguém” o que foi fazer.

Quem se descolou, ganhou

O “efeito sumiço” até agradou parte de candidatos do PSDB pelo interior, que trataram a ausência do principal nome do partido com naturalidade. Em certos casos, até com indiferença.

Além disso, quem preferiu se descolar da imagem arranhada do governador se deu bem nas urnas. Foi o caso dos tucanos Angelo Guerreiro em Três Lagoas e Marcelo Iunes em Corumbá.

Por outro lado, nomes como do ex-líder de Reinaldo na Assembleia, Barbosinha (DEM), sofreram derrotas significativas.

Planos para 2022

O PSDB agora promete olhar para dentro e traçar os planos para as eleições de 2022. Assim, no mesmo dia em que o senador Nelsinho Trad sinalizou, em entrevista exclusiva ao Jornal Midiamax, que a vitória expressiva do PSD deve pavimentar sua candidatura ao governo do Estado daqui dois anos, Reinaldo Azambuja se adiantou na tentativa de viabilizar o nome do secretário de Governo, Eduardo Riedel.

“O Eduardo rodou mais de 60 municípios, pôde conhecer a realidade desses locais”, indicou o governador. Ou seja, foi Riedel quem assumiu a “caravana” tucana pelas campanhas no interior, diante do sumiço de Reinaldo.

Ainda durante a coletiva de imprensa, a direção do PSDB citou a eleição de 37 prefeitos do partido. Na Capital, por outro lado, além de não lançar nome próprio ao Executivo, a sigla viu ruir sua bancada na Câmara de Vereadores – de oito atuais para três a partir de 2021.

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