A candidatura do deputado estadual José Carlos Barbosa, Barbosinha (DEM), que é apoiada  pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e também pelo vice Murilo Zauith (DEM) aglutina ao todo 9  legendas. A disputa deste ano,  relembra eleições anteriores, como a  de 1988  e a extemporânea de 2012.

Segundo Antônio Braz  Genelhu Mello, protagonista da coligação União Para Reconstrução de , que em 1988 reuniu 12 partidos, a situação era semelhante ao cenário atual, onde a administração municipal estava com a imagem desgastada. Na época ele também contou com o governador Marcelo Miranda, do PMDB e outras legendas, inclusive de esquerda, como o PCB (Partido Comunista Brasileiro).

“Apesar do apoio de 11 partidos, muita gente se surpreendeu com o resultado porque achava que seria fácil. Mas não foi o que aconteceu, porque a diferença foi muito apertada, de apenas 40 votos”, relembra o ex-prefeito por dois mandatos e também ex-vice governador, que à época venceu a disputa com então deputado federal José Elias Moreira  (PTB).

Já em 2011, em eleição extemporânea, realizada após a cassação de Ari Artuzi, a coligação do atual vice-governador  Murilo Zauith, denominada União por Dourados, que estava no DEM, reuniu 17 legendas. Entre os aliados estava o PT (Partido dos Trabalhadores, que indicou o vice-prefeito), Dinaci Ranzi.  A chapa de Murilo foi eleita com 70.906 votos contra 12.392.

Outros aspecto considerado atípico na disputal eleitoral deste ano, é a ausência da atual prefeita Délia Razuk, no processo sucessório. Nas últimas eleições a participação de estava ocupando a cadeira de mandatário da cidade era praticamente um rito quase que obrigatório. Sem constar na lista de filiados do PTB (partido Trabalhista Brasileiro), ela desistiu da reeleição e nem foi à convenção do partido.

Agora, com o apoio de mais  oito legendas (PSDB, Solidariedade, PSD, Podemos, MDB, Patriota, Avante e PSB, o candidato do DEM encabeça a coligação,   que pode se chamar “Reconstruir é Desafio”, se apresenta como nome  coalização e alternativa para “colocar Dourados no trilho”.

Apesar do peso de legendas como o MDB e o PSDB que em outras disputas também estiveram de lados opostos, Barbosinha terá que que lidar com críticas  relacionadas ao efeito negativo de nomes desgastados como  o do governador Reinaldo Azambuja, envolvido em escândalos que acabaram deixando  os tucanos de fora da disputa pela prefeitura de Campo Grande.

Reinaldo é suspeito de ter recebido R$ 67 milhões em propina pagos pela JBS. Com o esquema, os cofres estaduais tiveram prejuízo estimado em R$ 209 milhões. O Grupo JBS manteve, segundo as apurações do STJ, ‘acordo criminoso' com o governador em pagamentos de vantagem indevida em troca de créditos tributários. Para justificar a retirada de dinheiro, eram emitidas notas fiscais sem contrapartida de bens ou serviços.