Falas e postagens do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) geraram debate na Câmara Municipal de Campo Grande nesta quinta-feira (27). A maioria evitou entrar no assunto e os vereadores André Salineiro (PSDB) e Eduardo Romero (Rede) protagonizaram a discussão.
Com bandeiras de extrema direita, ativistas preparam protesto em 15 de março contra o Congresso e em defesa dos militares e de Bolsonaro, após falas do ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno,
Na semana passada, o general chamou o Congresso de “chantagista”, ao falar sobre possíveis vetos ao Orçamento que podem ser derrubados pelos parlamentares, e sugeriu que o presidente convocasse o povo para ir às ruas. O próprio presidente teria encaminhado a amigos um vídeo que convoca a população a ir às ruas para defendê-lo e este foi o tema que causou discussão nesta quinta-feira.
Quem começou foi Salineiro, que classificou de ‘mi mi mi’ e ‘choradeira’ a reação dos que se opuseram à fala do presidente. “O Brasil, com tanta coisa a crescer na economia, saúde, segurança, a gente tem representantes nossos de algumas instituições perdendo tempo”. O vereador diz que o presidente só compartilhou um vídeo ‘apenas e não incitando’.
Para Salineiro, quem critica esta postura é porque está ‘perdendo espaço’, já que a corrupção, em sua análise, está perdendo lugar no Brasil também. “É lamentável que instituições seríssimas se deem ao luxo de ficar criticando, colocando chifre em cabeça de cavalo, sendo que golpista na verdade são aqueles que não querem se atentar pela democracia”.

Eduardo Romero, do Rede, disse que nem falaria sobre este assunto, mas diante das declarações de André Salineiro, não poderia se calar. “Não é simplesmente um ‘mi mi mi’ou compartilhamento de um vídeo qualquer. É um desrespeito e desentendimento do que é estar à frente de uma posição pública”.
Segundo Romero, o presidente desconhece suas funções e não assume o papel condizente com o cargo que ocupa. “Não é simplesmente o fazer que se quer, nós temos uma legislação, com uma Constituição federal, que precisam ser respeitadas”. O parlamentar afirmou que seu partido está discutindo com representantes da oposição nacional um posicionamento diante da postura de Jair Bolsonaro.