A ABMCJ/MS (Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica – MS) divulgou nota de repúdio às falas do vereador Wellington de Oliveira (PSDB) feitas durante sessão na Câmara Municipal de (MS), nesta terça-feira (07).

Em discussão sobre flexibilização de regras de isolamento devido à pandemia do novo , o vereador disse que ‘não há marido que aguente mulher sem fazer sobrancelha, unha e cabelo', ao defender que todos os serviços são essenciais, como de salões de beleza, por exemplo.

“Salão é importante. Imagina, a mulher sem fazer sobrancelha, cabelo, unha, não tem marido nesse mundo que vai aguentar, tem que tratar da autoestima”, disse. “Porque se a pessoa quisesse matar a mulher e os filhos, ele vai e bate na igreja, está fechada. Daí ele fala ‘é um aviso de Deus para eu voltar lá e matar'. Então igreja é essencial, tem que criar mecanismos novos para que a igreja funcione”, falou o vereador. Leia abaixo a nota de repúdio.

NOTA DE REPUDIO

A  Associação Brasileira de Mulheres de Carreiras Jurídicas, filiada à Fédération Internationale des Femmes des Carrières Juridiques, e com mais de 3.000 associadas no Brasil, manifestam REPÚDIO às declarações do vereador Wellington de Oliveira (PSDB) durante sessão da Câmara Municipal de Campo Grande nesta terça-feira, onde dirige ofensas machistas usando o plenário da Casa de Leis.

Durante a sessão, o vereador pede relaxamento nas regras de e justifica o pedido dizendo falas machistas e preconceituosas. “(abrir o) Salão é importante. Imagina, a mulher sem fazer sobrancelha, cabelo, unha, não tem marido nesse mundo que vai aguentar, tem que tratar da autoestima”.

O mesmo vereador ainda afirmou que “Porque se a pessoa quisesse matar a mulher e os filhos, ele vai e bate na igreja, está fechada. Daí ele fala ‘é um aviso de Deus para eu voltar lá e matar'. Então igreja é essencial, tem que criar mecanismos novos para que a igreja funcione”.

Com diversas campanhas de enfrentamentos, divulgações em prol dos direitos humanos e direitos das mulheres, na ocasião em que o mundo se preocupa com o aumento da e familiar contra as mulheres e meninas neste período de isolamento social, causa perplexidade se deparar com declarações deste nível de um cidadão que foi eleito para representar o povo perante o Poder Legislativo Municipal.

Os comentários absurdos e desrespeitosos feitos pelo vereador, que tem formação jurídica e é delegado de polícia, devem ser expressamente repreendidos pela Casa de leis, inclusive com abertura de processo administrativo disciplinar.

Causa mais ojeriza e estranheza o vereador usar destas palavras para pedir o fim do isolamento social no combate ao coronavírus, medida recomendada pela OMS e todos os países que lutam para controlar a pandemia.

A ABMCJ, que têm por objetivos, dentre outros, promover a igualdade de gênero e a valorização de mulheres de carreiras jurídicas, permanecerão atentos a condutas dessa natureza, exigindo apuração dos fatos e tomada de providências pelas instâncias competentes.