Autor de dois pedidos de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar irregularidades envolvendo o contrato de concessão do transporte coletivo de , o vereador Vinícius Siqueira (DEM) apresentou, nesta quinta-feira (08), requerimento pedindo dispensa para ir a Guarapuava (PR) conversar com a promotora Leandra Flores sobre os detalhes da delação que revelaram que o Consórcio Guaicurus fraudou licitação na Capital.

Para Siqueira, os vícios das licitações nas outras localidades investigadas podem ajudar a esclarecer ainda mais a fraude no processo realizado na Capital. “Esse grupo não atou só em Campo Grande”, afirmou em relação às empresas integrantes do Consórcio apontadas como autoras de esquema em diversas cidades do País.

O vereador informou já ter feito contato com o gabinete da promotora que está à disposição para recebê-lo. Ele aguarda somente dispensa pela mesa diretora da Câmara para viajar ao Paraná na próxima semana. 

Leandra é coordenadora do Gepatria (Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa), que conduz investigações sobre a atuação da organização criminosa envolvida em fraudes a licitações de transporte coletivo, inclusive em Campo Grande.

As fraudes vieram à tona com delação premiada feita pelo advogado Sasha Reck em acordo de colaboração com o Ministério Público do Paraná que se tornou público em 2017. Segundo a promotora, ao fazer o acordo de delação Sacha confirmou que o grupo criminoso atuou em Campo Grande.

Resistência 

Com os dois pedidos de CPI dos Ônibus ainda sem as dez assinaturas necessárias, Siqueira disse ter ficado surpreso nesta quinta-feira (08) com a postura do colega Chiquinho Telles (PSD) que usou a tribuna para criticar deputados que se mostraram favoráveis à abertura de investigação pela Câmara.

O vereador chegou a pedir que cada um ‘fique em seu quadrado', incomodado com o fato de parlamentares opinarem sobre a Capital. Por isso, sugeriu que a Casa de Leis investigasse o serviço de energia elétrica. Para Siqueira, a postura de Chiquinho é que fugiu da competência de um vereador. “Olha pra sua casa primeiro”, criticou.

“Ele fez um requerimento para a Assembleia Legislativa investigar a Energisa. A CPI dos Ônibus é de uma importância monstruosa. Nós temos bilhões de contratos, uma outorga miserável para Campo Grande, que recebe muito pouco dessa outorga do transporte público, e ele indicando investigações que são fora da competência dele. Chega a ser surreal”, rebateu.