O que está por trás da confusão no Senado, que já dura quatro horas
Exame Era 17h19 desta sexta-feira (1) quando foi aberta a sessão para eleger a presidência do Senado pelo presidente da mesa, Davi Alcolumbre (DEM-AP). São 21 horas e os senadores ainda debatem sobre como será a votação. Há duas questões centrais em pauta. A primeira envolve a legitimidade do senador Alcolumbre em presidir a mesa […]
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Exame
Era 17h19 desta sexta-feira (1) quando foi aberta a sessão para eleger a presidência do Senado pelo presidente da mesa, Davi Alcolumbre (DEM-AP). São 21 horas e os senadores ainda debatem sobre como será a votação.
Há duas questões centrais em pauta. A primeira envolve a legitimidade do senador Alcolumbre em presidir a mesa diretória da votação. A segunda é sobre se o voto será aberto ou secreto.
E por enquanto, ninguém sabe sequer quem serão os candidatos à presidência do Senado para o período de 2019-2022.
Alcolumbre, do bloco anti-Renan Calheiros, tenta manter a estratégia de decidir, antes de anunciar os concorrentes, como o voto será feito.
Com o voto aberto, ele teria vantagem em relação a Calheiros, que tem imagem desgastada após 24 anos no Senado, responde a nove inquéritos no STF e é alvo de uma campanha intensa de oposição nas redes sociais. Mas o regimento interno é claro na previsão de voto secreto.
Às 18h52, Alcolumbre abriu o plenário para votação. Por 50 votos a dois, os senadores aprovaram realizar a votação da Presidência com voto aberto.
No entanto, a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) afirmou que o regimento interno do Senado determina que voto aberto, só se todos os senadores concordarem. Ela se baseia no parágrafo III, do artigo 412:
“Impossibilidade de prevalência sobre norma regimental [votação fechada] de acordo de lideranças ou decisão de Plenário, exceto quando tomada por unanimidade mediante voto nominal, resguardado o quorum mínimo de três quintos dos votos dos membros da Casa”, diz texto.
Mas os senadores que querem a votação aberta citam um precedente: quando o ex-senador Delcidio do Amaral (PT) foi preso, em 2015, a votação de cassação ocorreu de forma aberta e sem que houvesse unanimidade sobre isso.
Na época, 52 senadores quiseram voto aberto e 20 quiseram voto fechado, com uma abstenção. Renan Calheiros, que na época era presidente da Casa, criticou a decisão mas permitiu que ela fosse adiante.
Havia uma base jurídica: a pedido da oposição, Fachin deu uma liminar em mandado de segurança afirmando que “a publicidade dos atos de exercício de poder é a regra estabelecida pela Constituição”.
Ele também apontou que “não há liberdade à Casa Legislativa em estabelecer, em seu regimento, o caráter secreto dessa votação, e, em havendo disposição regimental em sentido contrário, sucumbe diante do que estatui a Constituição como regra”.
Confusão
Humberto Dantas, cientista político e professor da FESP-SP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), diz que houve um atropelo dos senadores:
“Para variar, não fizeram antes o que era essencial. Mas todo mundo tem um pedacinho de razão, e por isso que é mais tenso”,
Após a decisão do voto aberto ser anunciada, senadores contrários a Davi se revoltaram. A senadora Kátia Abreu (PDT-TO), por exemplo, subiu à Mesa da Casa e retirou uma pasta com todas as questões de ordem apresentadas até então. “O que é isso, você ficou maluco?” questionou a pedetista.
“Entregue a cadeira (de presidente) ao mais velho. Isso vai parar no Supremo, a sessão vai ser cancelada”, complementou a senadora. A atitude gerou apoios do senador Renan Calheiros (MDB-AL): “tira ele daí, Kátia”, pediu Renan.
Notícias mais lidas agora
- Antes de assassinato, homem foi visto em cima de telhado de casa de ex-superintendente em Campo Grande
- VÍDEO: Agente de saúde reage e parte para cima de ladrão durante roubo de celular no Aero Rancho
- VÍDEO: Rua do Colúmbia ‘ganha’ cachoeira após enxurrada e moradores ficam revoltados
- Dentista faz rinoplastia, provoca necrose em cliente e acaba procurada pela polícia em Campo Grande
Últimas Notícias
16 detentos fogem após ataque armado em presídio na Bahia
Criminosos abriram duas celas durante o confronto na noite desta quinta-feira (12)
Entrega de presentes dos Correios anima Natal de crianças na Associação Juliano Varela
A campanha Papai Noel dos Correios encerra nesta sexta-feira (13)
Ano assombroso? 2024 registra duas sextas-feiras 13 em menos de três meses: ‘tá explicado’
Supersticiosos acreditam que recorrência da data em pouco tempo no mesmo ano poderia explicar por que 2024 foi tão “carregado”
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.