
O MPF (Ministério Público Federal) afirmou que a relatoria da prisão dos envolvidos na Operação Radioatividade, realizada nesta quinta-feira (21), deve ficar com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin ou com Luís Roberto Barroso.
De acordo com o procurador da República Eduardo El Hage, apesar das prisões terem sido expedidas pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que cuidou dos assuntos da Operação Calicute, que prendeu políticos daquele estado, as prisões de hoje não estão no âmbito dessa investigação, que foi de relatoria do ministro Gilmar Mendes.
Ainda conforme Hage, durante as operações Pripyat, Irmandade e Radioatividade a relatoria não foi entregue a Mendes, e sim a Fachin, o que deve acontecer agora.
A operação de hoje prendeu o ex-presidente Michel Temer (MDB) pela manhã, em São Paulo, o ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco, no Rio de Janeiro, e o amigo pessoal do emedebista, o João Baptista Lima Filho, conhecido como Coronel Lima, que seria o operador do esquema, que seria chefiado por Temer.
De acordo com o MPF, o grupo usava empresas ligadas ao Coronel Lima, mas que na verdade seriam de Temer, para receber propina em contratos públicos. Essa verba era passada para outras empresas, que faziam a lavagem do dinheiro no mercado financeiro e só depois disso ele chegava aos beneficiados.
Ainda segundo o Ministério Público, o grupo atuava há 40 anos e teria recebido cerca de R$ 1,8 bilhão de propina. Esse dinheiro vinha de propinas em contratos com órgãos públicos e estatais.
O ex-presidente foi levado até a sede da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, onde deverá ficar custodiado enquanto durar sua prisão preventiva. Já o ex-ministro Moreira Franco deve ser encaminhado a unidade prisional da Polícia Militar do Rio, juntamente com o Coronel Lima. Esta unidade é onde está custodiado o ex-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão.