Fim da Justiça do Trabalho traria caos para Judiciário, avalia magistrado

Em manifestação na tarde desta segunda-feira (21) em Campo Grande, cerca de 50 advogados e magistrados de Mato Grosso do Sul se reuniram no Fórum Trabalhista da Capital, localizado na rua Jornalista Belizário Lima, para protestar contra o possível fim da Justiça do Trabalho, que foi cogitado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Para o presidente […]

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Fim da Justiça do Trabalho traria caos para Judiciário, avalia magistrado
Foto: Vinícius Costa/Midiamax

Em manifestação na tarde desta segunda-feira (21) em Campo Grande, cerca de 50 advogados e magistrados de Mato Grosso do Sul se reuniram no Fórum Trabalhista da Capital, localizado na rua Jornalista Belizário Lima, para protestar contra o possível fim da Justiça do Trabalho, que foi cogitado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Para o presidente da Amatra (Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho), Christian Gonçalves Mendonça, isso traria caos para o setor Judiciário.

“O presidente disse que a Justiça do Trabalho poderia ser extinta e os processos encaminhados para a justiça comum, só que nós temos milhões de processos e inviabilizaria a solução da justiça trabalhista e da justiça comum. Se isso realmente acontecer viraria um caos. A justiça trabalhista consegue solucionar um processo entre oito a 12 meses e na justiça comum até 2 anos no mínimo”, afirmou Mendonça.

O presidente da entidade aproveitou a oportunidade para corrigir Bolsonaro, que disse que somente o Brasil possuía Justiça do Trabalho, e lembrou de países como a Inglaterra, Alemanha e os Estados Unidos.

O ato público, de iniciativa dos advogados trabalhistas, foi feito em 41 cidades, incluindo todas as capitais. A ação contou com representantes da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de Mato Grosso do Sul), Anamatra (Associação dos Nacional dos Magistrados da Justiça do trabalho) ANPT (Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho), AATMS (Associação dos Advogados Trabalhistas), Abrat (Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas) e Amatra.

Os manifestantes distribuíram folhetos para a população entender o que é mito e verdade sobre a justiça trabalhista e, segundo vice-presidente da Abrat, Diego Grazotto, também foi lido uma carta em todos os atos que falava sobre a proteção da Constituição Federal, a proteção democrática do direito de reunião, dos direitos fundamentais, a proteção da constituição dos direitos sociais e da Justiça do Trabalho.

Para o juiz do trabalho aposentado e diretor dos juízes aposentados da Anamatra, Rodnei Doreto Rodrigues, não faz “o menor sentido” falar no fim do Ministério do Trabalho. “Não adianta acabar com a Justiça do Trabalho, porque não vai acabar com o conflito [processos], só vai transferir para outros âmbitos do judiciário o mesmo problema”.

De acordo com dados da Justiça do Trabalho do Estado, nos últimos três anos foram recebidos entre 92 a 93 mil processos (35 mil em 2016, de 36 a 37 mil em 2017 e 21 mil em 2018). No último ano, houve queda de 40% dos processos em virtude da reforma trabalhista promovida pelo presidente Michel Temer.

Ainda conforme levantamento da Justiça, o setor que mais coleciona processos em Mato Grosso do Sul é o canavieiro, seguido do setor de frigoríficos.

Os órgãos ainda marcaram para o dia 5 de fevereiro um ato nacional em Brasília (DF) para protestar novamente contra o fim da Justiça do Trabalho.

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