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Política

Depois de áudio vazado, Justiça afasta vereador acusado de pedir ‘delivery’ de droga no Fórum

Acusado de encomendar drogas de dentro do Fórum de Água Clara – distante 200 km de Campo Grande – o vereador Gustavo Gimenes Guiraldelli (PSDB) foi afastado do cargo de Oficial de Justiça, na segunda-feira (21). Além do afastamento válido por 30 dias, a Justiça Estadual determinou a abertura de procedimento administrativo disciplinar e notificação […]
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Acusado de encomendar drogas de dentro do Fórum de Água Clara – distante 200 km de Campo Grande – o vereador Gustavo Gimenes Guiraldelli (PSDB) foi afastado do cargo de Oficial de Justiça, na segunda-feira (21). Além do afastamento válido por 30 dias, a Justiça Estadual determinou a abertura de procedimento administrativo disciplinar e notificação ao MP-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

O caso veio à tona depois que a Polícia Civil teve acesso a um áudio no celular de outro homem, que supostamente faria a entrega da ‘mercadoria’ na repartição pública. Nele, a voz atribuída ao tucano, que também já atuou como policial civil, pede R$ 50 em cocaína, pois a pedra que havia comprado teria “esfarelado no bolso”, devido uma forte tempestade na região.

No material, o mototaxista de 27 pede para ele esperar até a chuva passar e disse que lhe avisou que isso aconteceria, mas o comprador estaria “doidão”. Eufórico, ele diz: Cola aqui no Fórum, S[ó estou eu aqui, Rapidão (sic)! Agora, agora, agora”, implora. Tanto o entregador quanto o parlamentar negam as negociações.

Ao determinar a cautelar, a juíza Camila de Melo Mattioli, argumentou que o afastamento dele é imprescindível à elucidação dos fatos, de modo a evitar que provas sejam comprometidas e testemunhas coagidas, bem como resguardar a imagem do Poder Judiciário se seus servidores.

No material enviado pelas autoridades, a juíza viu indícios de prática dos delitos e afirmou que, se comprovadas as acusações, haveria grave violação dos princípios administrativos e éticos, haja vista que “o que se espera de servidores do Poder Judiciário seria justamente o respeito ao ordenamento jurídico”.

A magistrada ainda cita que a grande repercussão que o caso teve na cidade, bem como a eventual gravidade das acusações contra o servidor estadual. O parlamentar será interrogado na sala de audiências do Fórum de Água Clara no dia 25 de fevereiro, às 15 horas. Na ocasião, ele terá a oportunidade de apresentar provas e até cinco testemunhas, conforme a determinação.

Outro lado

Ao Midiamax, Gustavo Gimenez Guiraldelli disse que ainda não foi notificado e que só vai se pronunciar sobre o caso quando foi citado oficialmente. Em suas redes sociais, no entanto, o parlamentar divulgou posicionamento oficial, considerando as acusações de levianas, grosseiras e criminosas, formuladas por adversários políticos, e que tomará medidas judiciais cabíveis.

Depois de áudio vazado, Justiça afasta vereador acusado de pedir ‘delivery’ de droga no Fórum
Vereador Gustavo acusou adversário de atacarem sua honra (Foto: reprodução/Facebook)

“Por conta do desespero desse grupo em impedir que assuma a presidência da câmara, não duvidava que houvesse ataques contra minha pessoa. O que não imaginava, é que fossem criminosos, com o uso político de instituições e cargos públicos, em violação de deveres funcionais, inclusive através de coação, em criminosa utilização de função pública para atacar a minha honra e imagem através de vazamentos de áudios ilegais e totalmente fora de contexto. Os autores desses crimes serão responsabilizados na forma da Lei”, diz a nota.

Câmara vai avaliar caso após o recesso

O Midiamax também procurou o presidente da Câmara Municipal de Água Clara, vereador Saylon Cristiano de Moraes (PDT) para verificar os procedimentos eventualmente adotados a partir das denúncias.

O pedetista informou que o legislativo municipal ainda está em recesso e que qualquer medida só será adotada na volta das atividades, em fevereiro. “Vamos avaliar com o setor jurídico o que pode ser feito, mas o regimento interno só prevê o afastamento do cargo em caso de eventual denúncia”, limitou-se a dizer.

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