Câmara abre Comissão Processante e prefeito pode ser cassado por cheque de R$ 6,1 mil

O prefeito de Nova Alvorada do Sul, distante 100 km de Campo Grande, pode perder o cargo por causa de um cheque de R$ 6,1 mil. A Câmara de Vereadores abriu Comissão Processante em maio por um placar bem apertado e tem 90 dias para apurar se o chefe do Executivo municipal cometeu irregularidades. O […]

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Faixa foi colocada em principal avenida da cidade. (Foto: Divulgação)
Faixa foi colocada em principal avenida da cidade. (Foto: Divulgação)

O prefeito de Nova Alvorada do Sul, distante 100 km de Campo Grande, pode perder o cargo por causa de um cheque de R$ 6,1 mil. A Câmara de Vereadores abriu Comissão Processante em maio por um placar bem apertado e tem 90 dias para apurar se o chefe do Executivo municipal cometeu irregularidades.

O resultado da Comissão começou com um favor que o pintor, Francelino Ruis Machado, mais conhecido como Batata, foi prestar para o amigo, Marcelo Lino, que trabalhava na prefeitura. Marcelo pediu ao Batata, para descontar um cheque de R$ 6.168,00 no banco.

Ele foi até a agência bancária e o atendente do caixa informou que para descontar, era necessário que o cheque estivesse nominal. “Mas estava em branco. Eu voltei com o cheque para a prefeitura e contei o que tinha acontecido. No outro dia, Marcelo me ligou, eu voltei lá e ele novamente me pediu para descontar o mesmo cheque, mas ele tinha colocado meu nome”, relatou.

Batata questionou o amigo, mas Marcelo disse que não tinha nada ilegal. “Tirei uma foto do cheque, descontei e entreguei o dinheiro em mãos para ele, que novamente me garantiu que não era nada demais”.

O pintor ficou desconfiado, denunciou o caso para a vereadora Maria de Lourdes Nunes (MDB), mas nada foi feito na Casa de Leis, segundo o denunciante. “Como ela não fez nada, procurei o Ministério Público e fui informado que era um suposto caso de desvio de verba pública”.

Mas com a demora no desenrolar da situação e pessoas comentando que o pintor estava envolvido no caso, ele ampliou a foto que tinha feito do cheque, colocou em um banner e fixou no canteiro na principal avenida da cidade.

Com isso, os vereadores foram pressionados e em maio deste ano, realizaram sessão para instaurar uma Comissão Processante. Foram 6 votos a 5.

Segundo o presidente da Comissão, vereador Renilson César da Silva (MDB), a votação ficou empatada. “A maioria dos vereadores são da base do prefeito, ficou em 5 contra 5. O presidente da Casa desempatou e decidiu pela abertura da Comissão”.

A Comissão tem 90 dias para apurar a situação, as oitivas já estão marcadas e devem acontecer em julho. “Notificamos o prefeito, ele tinha prazo de 10 dias para fazer a defesa, recebemos a defesa, fizemos uma reunião e por dois votos a um, decidimos em prosseguir com a Comissão”.

Segundo Renilson, no rol de testemunhas do prefeito, consta o deputado estadual Renato Câmara (MDB) e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM). “Vamos intimar as testemunhas normalmente e vamos começar a fazer essa semana”.

O prefeito Arlei acredita que a Comissão Processante tem cunho político. “Sobre o fato em si, é uma questão mais de política, de um cheque que alguém fez um serviço para a prefeitura, trocou com outra pessoa”.

Barbosa se defende dizendo não ter assinado o cheque. “Não mandei fazer o serviço, fiquei conhecendo o caso depois de fazer a denúncia. Ao meu ver é questão política, ninguém pegou dinheiro de cheque”.

Batata espera por esclarecimentos. “Se não tomarmos uma posição, nosso país nunca vai melhorar, eu acredito na justiça”.