Márcia Vida é 2ª vice-presidente da Câmara de

O MPE-MS (Ministério Público Estadual) ofereceu denúncia contra a vereadora do município de Água Clara, a 193 quilômetro da Capital, Marcia Queiroz Vida, e Ines Oliveira da Silva pelos crimes de corrupção passiva e tráfico de Influência. Ambas foram alvos da Operação Voto de Minerva, que apurava os crimes pelos quais foram acusadas.

De acordo com a investigação da Promotoria de Justiça de Água Clara, Marcia Queiroz e Ines Oliveira solicitaram vantagem indevida à vereadora Gerolina da Silva Alves, que deveria pagar R$ 80 mil para influenciar no processo de cassação em trâmite na Câmara de Vereadores, o que ela se recusou a fazer.

Segundo consta do Procedimento Investigatório Criminal, no dia 11 de dezembro de 2017, logo após o término da última sessão da Câmara Municipal, a vereadora Márcia Vida se aproximou de Gerolina da Silva Alves e perguntou que horas, no dia seguinte, ela estaria na escola onde trabalha porque iria mandar uma pessoa para falar com ela.

No dia 12, Ines compareceu na residência de Gerolina, dizendo que a procurava a pedido da própria vereadora. Ines, então, apresentou à vereadora Gerolina uma lauda de papel onde constava uma mensagem escrita por Marcia Vida.

“Você quer meu voto a favor a respeito do processo de cassação? ( ) sim ( ) não”

Diante disso, Inês então disse: “se você respondesse sim, a Marcia me pediu para lhe mostrar o outro recado”, que estava em outra lauda de papel, com os seguintes dizeres: “Me arruma R$ 80.000,00 que eu voto a favor ou faria com que o processo fosse cancelado!”Vereadora presa por pedir propina de R$ 80 mil é denunciada à Justiça

Gerolina rejeitou a oferta e, em seguida, Inês foi embora pedindo desculpas e justificando que teria vindo só porque Márcia Vida havia lhe pedido para trazer a proposta.

No dia 14, Gerolina e Inês se encontraram novamente e Gerolina gravou a conversa para que pudesse denunciar às autoridades a exigência que lhe foi feita por Marcia Vida para que votasse a seu favor no processo de cassação na Câmara Municipal da cidade.

Durante depoimento à Promotoria, Gerolina e Inês marcaram mais um encontro para acertar o recebimento de propina no processo de cassação.

A polícia acompanhou o encontro em que Inês explicou os detalhes de como a vereadora Marcia Vida faria para “barrar” o processo de cassação de Gerolina, sobre o valor da propina e sobre como seria feito o pagamento desta propina à vereadora, com tudo sendo registrado em áudio.

Com as provas coletadas, o Ministério Público representou pela prisão preventiva das denunciadas e pela busca e apreensão de documentos nas casas de Inês e Márcia e na Câmara dos Vereadores.

Após as investigações, o promotor de Justiça Substituto de Água Clara, Paulo Henrique Mendonca de Freitas, ofereceu denúncia com as investigadas. 

(Foto: Antonio Paulo Munhoz)