Pai e filha presos na Lama Asfáltica têm liberdade por decisão do TRF3
Beto Mariano e filha foram soltos na quinta
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Beto Mariano e filha foram soltos na quinta
O fiscal da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) Wilson Beto Mariano de Oliveira e a filha, Mariane Mariano, são os últimos réus da Operação Lama Asfáltica a conseguirem habeas corpus. Preso no Centro de Triagem há 14 dias, Mariano deixou o local nesta quinta-feira (22).
A concessão da medida é do desembargador do TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) Paulo Fontes e foi publicada nesta sexta-feira (23) no Diário Eletrônico do órgão. De acordo com o desembargador, a denúncia de que o servidor estadual estaria sonegando informações ao juízo por ter influência no órgão ‘carece de robustez’.
“Quanto às alegações, constantes do parecer ministerial, de que os pacientes estariam ainda na posse de recursos desviados, o que justificaria a prisão preventiva, tal argumento deve ser tomado cum grano salis, porque a premissa já se confunde de alguma forma com a conclusão do processo, que seria confirmar ou não os desvios e delitos”.
Em liberdade
O empresário João Krampe Amorim, o ex-deputado federal Edson Giroto e o empresário Flávio Scrocchio deixaram o Centro de Triagem na terça-feira (20) em Campo Grande. Somente Wilson Mariano continuava preso no local.
Deflagrada em 2016, a Operação Fazendas de Lama investigou a existência de uma organização criminosa especializada em desviar recursos públicos, inclusive federais, atuante no ramo de pavimentação de rodovias, construções e prestação de serviços nas áreas de informática e gráfica. Os contratos sob investigação envolviam mais de R$ 2 bilhões.
Os policiais encontraram indícios de procedimentos utilizados pelos investigados na aquisição de propriedades rurais com recursos públicos desviados de contratos de obras públicas, fraudes em licitações e recebimento de propinas, resultando também em crimes de lavagem de dinheiro.
Apenas em Mato Grosso do Sul foram detectados 66 mil hectares em fazendas que teriam sido compradas pelo grupo, nos municípios de Rio Negro, Corumbá, Aquidauana, Anastácio, Jaraguari e Figueirão, além de propriedades em cidades no interior paulista.
Segundo o delegado da Receita Federal, Flávio de Barros Cunha, o grupo usava familiares como laranjas. Eles abriam empresas e faziam a distribuição de lucros.
Outros quatro contratos da gestão Puccinelli para manutenção de estradas pavimentadas e não pavimentadas no município de Campo Grande, e dois lotes da pavimentação da MS-140 entre a Capital e Santa Rita do Pardo, também estão no alvo das investigações, com suspeita de fraudes.
A ação, que envolveu 201 policiais federais, 28 da Controladoria Geral da União e 44 da Receita Federal cumpriu 28 mandados de busca e apreensão , bem como 24 mandados de sequestro de bens dos investigados, dentre eles imóveis rurais e urbanos e contas bancárias. A operação ainda apreendeu dois aviões, um do empreiteiro João Amorim e outro do empresário João Baird.
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