Lula pede liberdade ao STF após Moro aceitar cargo como ministro de Bolsonaro

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou com recurso no STF (Supremo Tribunal Federal) nesta segunda-feira (05) pedindo liberdade para o réu, preso desde o dia 7 de abril desse ano em Curitiba após condenação de 12 anos e um mês por crime de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Os […]

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Foto: Arquivo
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A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou com recurso no STF (Supremo Tribunal Federal) nesta segunda-feira (05) pedindo liberdade para o réu, preso desde o dia 7 de abril desse ano em Curitiba após condenação de 12 anos e um mês por crime de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Os advogados argumentam a indicação do juiz federal Sérgio Moro como ministro da Justiça e Segurança Pública pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) como indício de imparcialidade. A defesa também pede suspeição do magistrado, agora em férias, para outros dois processos: o da doação do terreno para o instituto e do sítio em Atibaia.

“Necessária concessão da ordem para reconhecer a suspeição do magistrado, declarar a nulidade de todo o processo e restabelecer a liberdade plena do paciente [Lula]”, escreveu a defesa no documento. No sistema do STF, porém, o recurso ainda não aparece como em tramitação.

“O juiz federal Sérgio Moro aceitou nosso convite para o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Sua agenda anti-corrupção, anti-crime organizado, bem como respeito à Constituição e às leis será o nosso norte!”, tuitou por volta das 10h25 da última quinta-feira o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), confirmando o anúncio de que Sérgio Moro será o Ministro da Justiça em 2019.

Moro é o juiz responsável pela Operação Lava Jato, maior investigação de corrupção já feita no Brasil. A aproximação de Bolsonaro com o juiz foi feita pelo economista Paulo Guedes, ainda durante a campanha eleitoral. O encontro com Guedes teria ocorrido antes da votação em segundo turno.

Nota divulgada pelo juiz Sérgio Moro

Fui convidado pelo Sr. Presidente eleito para ser nomeado Ministro da Justiça e da Segurança Pública na próxima gestão. Após reunião pessoal na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito a Constituição, a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava Jato seguira em Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes.

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