Diretor minimiza investigações e tem encontros frequentes com Temer

O diretor-geral da , Fernando Segovia, se envolveu em uma polêmica na última sexta-feira (9) ao indicar em uma entrevista a possibilidade de arquivar o inquérito contra o presidente Michel Temer (MDB) no caso do Porto de Santos.

Segovia declarou, em entrevista à Reuters que era possível que o inquérito fosse arquivado por falta de provas de que no caso houvesse qualquer crime.

“No final, a gente pode até concluir que não houve crime. Porque ali, em tese, o que a gente tem visto, nos depoimentos as pessoas tem reiteradamente confirmado que não houve nenhum tipo de corrupção”, afirmou.

A declaração gerou mal estar entre os agentes da Polícia Federal que atuam no caso, que alegam não ter sido consultados antes da afirmação. Porém, não é a primeira vez que o diretor, com apenas três meses no posto, gera polêmica em suas atitudes.

Encontros com presidente

Outro mal estar na PF atualmente envolve os frequentes encontros entre Temer e o diretor da instituição que o investiga. Apesar de não serem ilegais, os encontros são criticados por ocorrerem em horários inusuais e fora da agenda oficial da Presidência.Há três meses no posto, diretor da Polícia Federal acumula polêmicas

Segundo o UOL, Temer e Segovia se encontraram em novembro duas vezes antes de sua nomeação, e mais duas vezes em janeiro, fora da agenda da presidência. Em algumas das ocasiões, o diretor foi desacompanhado do ministro da Justiça, Torquato Jardim, a quem é subordinado.

Porto de Santos

Outra atitude criticada de Segovia foi a retirada do delegado-chefe da superintendência de Santos, Júlio Baida Filho. A superintendência é responsável pelo inquérito do porto de Santos e da suposta corrupção de Temer.

Segovia planejava nomear o delegado José Roberto Da Hora para o posto, porém houveram protestos por parte de agentes de Santos e a nomeação não ocorreu, uma vez que Da Hora seria amigo do grupo político de Temer.

Críticas às investigações

Também não é a primeira vez que Segovia fala em falta de crimes em inquéritos da PF. O delegado já criticou a Operação Carne Fraca, por exemplo, no que citou como “exacerbada” na forma como foi divulgada à imprensa.

Em sua primeira entrevista após a nomeação em novembro, o delegado também disse que o flagrante da mala com R$ 500 mil na investigação da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Temer e aliados não teria “materialidade criminosa”.