Por Aliny Mary Dias e Maisse Cunha

A audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa nesta sexta-feira (27) para discutir a superação da violência reúne representantes de vários setores da sociedade. Antes do fim do encontro, algumas ideias foram sugeridas para amenizar a violência, entre elas criação de fundo administrado pela sociedade civil iniciando com R$ 100 e também a divulgação de dados da violência de forma digital.

Além de deputados, representantes da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Ministério Público, padres da Igreja Católica, incluindo o arcebispo da Arquidiocese de , Dom Dimas Lara Barbosa, também participam do encontro.

E foi de um deles que veio uma sugestão que causou até constrangimento entre os que estão na Casa de Leis. Responsável por projeto social na região do bairro Lageado, o padre Agenor Martins da Silva propôs a criação de um fundo administrado pela sociedade civil porque, na visão dele, o poder público é incapaz de resolver o problema da insegurança.

Ao propor a criação do fundo, o padre chegou a tirar uma nota de R$ 100 do bolso para representar o primeiro valor a ser depositado no fundo.

O padre afirmou que a violência é iniciada em situações simples do cotidiano. “Lá no bairro, uma casca de banana pode gerar violência, são 20 mil habitantes e nenhuma lixeira”, exemplificou Agenor, que atende 60 crianças de famílias de catadores de material reciclável.

Dom Dimas afirmou que “todos nós somos responsáveis pela construção da paz”, e citou uma série de tipos de violência que impactam na vida da sociedade. “Para acabar com a violência cultural temos que conseguir transmitir valores e passar a dignidade da pessoa humana”, afirmou o arcebispo.

Procuradora do Estado e presidente da Comissão de da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil), Claudia Paniago afirmou que existem vários estudos que diagnosticam a violência, mas que atualmente é necessário colocar em prática as soluções.

“Temos que ter uma melhor gestão desse problema através de uma política estadual de segurança pública e um fórum permanente de debate, delimitando bem qual o papel do município, do Estado e da União”, disse.

A procuradora sugeriu, ainda, a disponibilização do diagnóstico digital, com números da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), para que todos interessados possam ter acesso aos dados. “Até pelo Facebook se for o caso”, disse Paniago.

Um dos três deputados presentes na audiência, o ex-secretário de segurança, Barbosinha (DEM) afirmou que 40% dos detentos dos presídios do Estado têm relação com o tráfico de drogas.

Também participam do encontro os deputados Pedro Kemp (PT) e Cabo Almi (PT), que propôs a discussão.