Na sessão desta terça-feira (16), na Câmara de , os vereadores não aprovaram uma moção de repudia, apresentada por Gilmar da Cruz (PRB), contra o presidenciável petista, Fernando Haddad, por uma declaração feita no último dia 12 de outubro, quando citou o criador da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus).

Durante uma missa realizada em uma igreja Católica em São Paulo, Haddad criticou dois dos principais apoiadores da candidatura de seu adversário no 2º turno (Jair Bolsonaro, PSL), o economista Paulo Guedes e o bispo Edir Macedo, fundador da IURD.

“Ele (Bolsonaro) é o casamento do neoliberalismo desalmado, representado pelo Paulo Guedes, que corta direitos trabalhistas e sociais, com o fundamentalismo charlatão do Edir Macedo”, disse Haddad, que afirmou que dupla têm “fome de dinheiro”.

Gilmar da Cruz, que também é pastor da Igreja Universal, e que disputou as últimas eleições concorrendo ao Senado Federal (ficou em 8º na corrida, com pouco mais de 35 mil votos), afirmou que se sentiu ‘ofendido', e classificou a fala do petista como ‘preconceituosa e caluniosa'.

O único petista na Câmara, Ayrton Araújo, pediu desculpas pela fala do correligionário, mas disse que não era necessário uma moção de repúdio. “Se tem que ter pedido de repúdio tem que começar pelo adversário (Bolsonaro) que é preconceituoso com raças e minorias”, disparou o vereador.

O líder da bancada tucana, Delegado Wellington, falou que a Constituição Federal prega a liberdade de expressão, e frisou que se os parlamentares começassem a repudiar fala das pessoas criariam uma espécie de ‘Lei da Mordaça'. Ele ainda classificou como ‘desnecessária' a moção, e destacou que a cidade tem ‘outros problemas', como saúde, buraco, enchentes.

“O Edir que faça um boletim de ocorrência se sentiu injuriado”, afirmou Wellington.

Eduardo Romero (REDE), seguiu pela mesma linha do Delegado, argumentou que é preciso discutir necessidades mais urgentes, como questões orçamentárias e outras demandas do município. Segundo ele, a aprovação da moção de repúdio a Câmara estaria entrando numa onda de ódio que toma conta do país.

Gilmar, no fim, aceitou as desculpas do Ayrton, mas destacou que a fala o petista promove a intolerância religiosa. A moção não foi aprovada, foram 20 votos contrários e apenas 5 favoráveis.

(Com Richelieu Pereira)