O projeto de autoria do Executivo Municipal que revogava a doação de terrenos de propriedade da Prefeitura da Setlog (Sindicato de Transporte Logístico de Mato Grosso do Sul) e à Arquidiocese da Capital não conseguiu número suficiente de votos para ser aprovado na sessão desta quinta-feira (24) na Câmara de Vereadores.

Por se tratar de um projeto de lei que, na prática, anula uma lei anterior, ele deveria ter maioria qualificada, ou seja, ao menos 20 votos. Todavia, como a votação aconteceu antes do horário ‘costumeiro', alguns vereadores da base do prefeito Marquinhos Trad (PSD) não estavam presentes no plenário.

Na maioria das sessões a chamada ‘ordem do dia', quando são analisados projetos de lei, acontece por volta das 11h da manhã, mas nesta quinta-feira a votação aconteceu por volta das 10h30.

Dos 21 vereadores presentes naquele momento, 18 foram favoráveis ao projeto que revogava a doação, 2 contrários e o presidente da Casa, que não vota (apenas em caso de desempate).

O líder do prefeito na Casa, vereador Chiquinho Telles (PSD) reclamou do ‘vacilo' da base e prometeu reapresentar o projeto no início de 2018.

O presidente da Câmara, João Rocha (PSDB), revelou que apesar do resultado contrário, havia um entendimento com o prefeito para aprovação da matéria.

Alguns parlamentares só chegaram ao plenário após a votação, como Wilian Maksoud (PMN) e Vinicius Siqueira (DEM), que disse que estava procurando vaga no estacionamento no momento da votação. Já Valdir Gomes (PP), que estava na sessão, saiu do plenário para atender uma pessoa e quando voltou a votação já estava concluída. “Infelizmente eu não estava presente”, disse o progressista.

Contrários, Wilson Sami (MDB) e Dharleng Campos (PP), apontaram que o prefeito não apresentou justificativas plausíveis para revogar a doação dos terrenos, feitas em 2015 ainda na gestão de Gilmar Olarte.

O vereador Dr. Lívio Leite (PSDB) disse que foi favorável ao projeto pois já há recomendação do MP-MS (Ministério Público Estadual) solicitando a revogação da doação.