Dirceu Longhi tenta na Justiça derrubar adversário eleito

Presidente do Diretório Municipal do PT (Partido dos Trabalhadores) em , a 228 quilômetros de Campo Grande, o ex-vereador Dirceu Aparecido Longhi foi nomeado assessor de gabinete da presidência da Câmara Municipal pela chefe do Legislativo, a vereadora (PSD), que nas eleições municipais de 2016 apoiou o deputado federal Geraldo Resende (PSDB) na disputa pela prefeitura.

No dia 2 de outubro do ano passado, o petista que à época ocupava o cargo de 1º secretário da Casa de Leis obteve 1.230 e ficou na suplência da coligação “Coragem para Mudar Dourados”, que integrou a base de apoio ao deputado estadual Renato Câmara (PMDB) em sua candidatura à chefia do Executivo.

AÇÃO JUDICIAL

Ao buscar seu diploma de 1º suplente, no dia 12 de dezembro de 2016, Longhi também protocolou no cartório da 43ª Zona Eleitoral uma ação com pedido de investigação contra Jânio Colman Miguel (PR), que conquistou a vaga na Câmara Municipal ao obter 2.319 votos pela coligação “Por Amor a Dourados I”, grupo aliado a Délia Razuk (PR), eleita prefeita.

Um dia depois, contudo, o juiz Jonas Hass Silva Junior, a quem o processo foi destinado, negou o pedido de liminar apresentado pelo petista, que além de acusar Jânio Miguel de ter feito uma campanha ilícita, envolta em suspeitas de compra de votos, pediu à Justiça a suspensão ou cassação do diploma do adversário que conquistou a vaga no Legislativo.

VAGA NA CÂMARA

Mas a ação ainda segue sua tramitação normal, já que Longhi solicitou, além do pedido de liminar (urgente) que ao final “seja a ação julgada procedente, condenando-se o representado [Jânio] ao pagamento de multa, cassação do diploma e do mandato, anulação dos votos por ele recebido, nova recontagem dos votos e, por conseqüência, seja o autor empossado como vereador eleito na cidade de Dourados/MS”. Embora seja de outra coligação, o petista seria beneficiado com caso esses votos fossem anulados.

O petista fez referência à ocasião em que equipes policiais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa de Jânio Miguel e de apoiadores da campanha dele, no dia 28 de setembro, ação autorizada pelo juiz Jonas Hass Silva Junior, que também estabeleceu prazo de 20 dias para que a PF (Polícia Federal) concluir as perícias nos materiais apreendidos naquela oportunidade, o que ainda não ocorreu.

CAMPANHA LÍCITA

Longhi alegou ter feito “uma campanha lícita, enquanto que o representado assim não procedeu”, pontuando que “na operação desenvolvida pela campanha ‘voto vendido, futuro perdido' iniciada pelo Ministério Público Eleitoral, foram apreendidos vários tickets de combustível, dinheiro, documentos, entre outros, ligados a atos ilícitos praticados pelo representado, os quais ainda se encontram em perícia na Polícia Federal”. Jânio sempre negou as acusações.

Enquanto esse processo segue sua tramitação, na incerteza de poder voltar ao cargo de vereador que ocupava desde 2008, cujo salário atual é de R$ 12.661,13, Dirceu Longhi está, desde o dia 3 de janeiro assessor de gabinete da presidência da Câmara, com vencimento bruto de R$ 6.133,57, de acordo com o Portal da Transparência do Legislativo.