Renan Calheiros critica Ministério Público e acordos de delação da Lava Jato
‘Criminalizados’
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
‘Criminalizados’
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez hoje (29) um duro discurso criticando o acordo de delação premiada fechado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) com os donos da J&F, Joesley e Wesley Batista, além de outros firmados pelo Ministério Público na Operação Lava Jato. Para ele, os atos fazem parte de uma “sequência de acontecimentos preocupante” e disse que os representantes eleitos por voto popular vêm sendo criminalizados.
“Competências e prerrogativas do Congresso Nacional vêm sendo usurpadas com anistias indefensáveis. Mecanismos judiciais são manipulados para impedir a atividade legislativa. Clima mental desfavorável e violento aos deputados e senadores é estimulado pelas redes sociais e até – pasmem – pelos meios de comunicação”, afirmou.
No discurso, Renan lembrou que a prerrogativa de conceder anistia é exclusiva do Congresso Nacional, numa referência aos acordos de delação premiada que vêm sendo firmados no âmbito da Operação Lava Jato. Para ele, a condução dessas negociações têm levado a uma criminalização da política e induzido a opinião pública contra todos os políticos do país.
“Estamos diante de um ambiente de excepcionalidades jurídicas próprias de um Estado de exceção. Utiliza-se o instituto da delação como política de Estado, a exemplo do que foram a censura e a tortura na ditadura. A prisão preventiva é decretada para aterrorizar e obter delações. Dedurar inventando situações para sair da prisão ou da inevitabilidade da prisão passou a ser um bom negócio para criminosos confessos, regiamente recompensados com a impunidade e a lavagem oficial do dinheiro público roubado”, afirmou.
Investigado em mais de uma dezena de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente do Senado opinou que tal modelo demonstra a incapacidade do Estado na persecução penal e a fragilidade das provas que vêm sendo utilizadas nos processos. “Para escamotear essa deficiência, sugere-se que o magistrado seja mero carimbador de acordos de delações ultrapremiadas, impedido até de verificar a voluntariedade, a regularidade e a legalidade de suas cláusulas, outros fatos além da investigação. E, pior, obriga-se o juiz imparcial a aceitar o perdão judicial conferido ao delator pelo órgão de acusação, abdicando da competência que lhe é reservada”, criticou.
Renan provocou ainda o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, citando que há acordos em que a palavra “generosidade” deveria ser substituída por “janosidade”. Ele citou como exemplo o acordo firmado com o ex-senador Sérgio Machado, que gravou conversas não apenas com o próprio Renan Calheiros, mas com outros parlamentares da cúpula do PMDB para entregar em sua delação premiada.
“Desviou da empresa, legalmente, nos termos da colaboração, mais de R$ 256 milhões, em benefício dele e de sua família. Sérgio Machado e seus filhos, no entanto, vão devolver em parcelas somente R$ 75 milhões do valor desviado. Limparam quase R$ 900 milhões, que permanecerão em seus bolsos, não serão denunciados, e todos os processos ficarão suspensos. Em resumo impunidade total”, disse. Renan citou ainda o acordo de delação premiada dos irmãos Batistas, que na avaliação dele pagaram “multa irrisória”. “Ricos, impunes e no exterior”.
Notícias mais lidas agora
- Aos 112 anos, idoso de Campo Grande rebate Guinness Book e afirma ser o homem mais velho do mundo
- Mãe e filho morreram em acidente na BR-163 entre caminhonete e caminhão
- Abandonada, idosa de 83 anos é encontrada em casa sem comida e insalubre em Campo Grande
- Acidente envolvendo ônibus com 50 passageiros paraguaios deixa nove feridos no Paraná
Últimas Notícias
MPMS vai acompanhar transição de governo em cidades do interior de MS
Instituição pretende garantir continuidade dos serviços essenciais
‘Você é minha vida’: última troca de mensagens revela amor que Adhan sentia pela família
Adhan Wender morreu afogado ao nadar no rio Aquidauana no domingo (1º)
Renda do contrato intermitente foi menor que salário mínimo em 2023
Remuneração média mensal dos intermitentes foi de R$ 762
Um ano após temporal, escultura de Tuiuiús não tem previsão de ser reconstruída
Empresa que administra aeroporto e artistas afirmam que ainda não fecharam acordo para reconstruir obra
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.