Rejeição ao trabalho do Congresso atinge recorde histórico, aponta pesquisa

Momento que mais se aproximou ao atual foi em 1993

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Momento que mais se aproximou ao atual foi em 1993

Levantamento realizado entre os dias 29 e 30 de novembro mostra que 60% dos brasileiros consideram ruim ou péssimo o desempenho dos 513 deputados federais e 81 senadores, rejeição que atingiu maior patamar da história recente do país. Apenas 5% da população aprova o trabalho dos parlamentares em Brasília, pior número registrado.

A pesquisa realizada pelo instituto Datafolha foi pouco depois de um mês da votação da Câmara dos Deputados que barrou a tramitação da segunda denúncia criminal contra o presidente Michel Temer (PMDB-SP). A série de pesquisas sobre o desempenho dos congressistas, iniciada em 1993, permite dizer que a atual legislatura é, na média, a mais mal avaliada de que se tem registro.

O índice de reprovação de 2015 até agora nunca ficou abaixo de 41%. Já a aprovação jamais foi maior do que 12%. Nas seis legislaturas anteriores os resultados também foram em geral negativos, mas nunca com indicadores tão ruins.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o momento que mais se aproximou ao atual ocorreu em 1993, último ano da hiperinflação e data 

do estouro do escândalo dos Anões do Orçamento, grupo de congressistas acusados de desviar recursos públicos para os próprios bolsos. No segundo semestre daquele ano, 56% da população rejeitava o trabalho dos parlamentares, segundo o instituto.

Rejeição ao trabalho do Congresso atinge recorde histórico, aponta pesquisa

 

Nesses últimos 25 anos, a única vez em que o Datafolha apontou uma avaliação positiva dos congressistas numericamente superior à negativa foi em dezembro de 2003, primeiro ano da primeira gestão de Lula no Planalto.

O escândalo da Operação Lava Jato também atinge em cheio o Legislativo, incluindo os presidentes das duas Casas, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), que são alvos no Supremo Tribunal Federal de investigações relacionadas ao caso. Ambos negam envolvimento com o esquema.

Devido ao embate entre Cunha e Dilma, o impeachment e a fragilidade do governo Temer, o atual Congresso tem um maior peso na relação de forças com o Executivo, o que não foi observado na maior parte das legislaturas anteriores, que em média trabalharam a reboque da agenda do Palácio do Planalto.

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