Recomendou que fosse enviado à justiça

O deputado estadual Mauricio Picarelli (PSDB), corregedor da ALMS (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), disse que sua conclusão sobre o caso envolvendo os colegas em áudio em que supostamente (PR) ensinava Felipe Orro (PSDB) a ‘fraudar' folha de ponto é de que o ato não foi colocado em prática. Dessa forma, para ele não ocorreu em quebra de decoro parlamentar.

De acordo com o corregedor, no período de um ano entre a gravação e a divulgação do áudio, ele comprovou que nenhum dos dois envolvidos colocaram em prática a sugestão.

“Fizemos uma investigação muito séria, ouvindo testemunhas, lendo os documentos, analisei profundamente a defesa prévia dos dois e identifiquei que não houve quebra de decoro parlamentar. Um dos motivos é que não encontrei nos gabinetes deles, indícios de que a orientação do Paulo foi feita, nem ele e nem o Felipe colocou em prática. Eu olhei ponto a ponto nos gabinetes deles”.

Picarelli ainda afirma que, além da gravação da conversa ter acontecido de forma ‘ilegal', Corrêa e Orro até poderiam responder por quebra de decoro caso o deputado Zé Teixeira (DEM), citado e ofendido pelo republicano, fizesse uma representação contra os colegas, o que não aconteceu. 

Com a conclusão interna de que não houve quebra de decoro parlamentar, Picarelli afirmou que encaminhou todo material apurado na Assembleia ao presidência da casa e recomendou que fosse enviado para o MPE-MS (Ministério Público Estadual), que segue com a investigação do caso. 

Agora, uma possível infração de improbidade só será denunciada se comprovada pelo MP. “Entreguei para a Presidência da Casa e o presidente (deputado Junior Mochi, PMDB) acatou minha sugestão e vai encaminhar ao órgão de investigação”.

O Caso

O deputado estadual Paulo Corrêa foi flagrado em conversa de telefone orientando Felipe Orro a supostamente fraudar a folha de ponto de seus funcionários nomeados na Assembleia. O áudio, que tem pouco mais de três minutos, mostra a preocupação do parlamentar com a aferição da quantidade de funcionários e se eles, de fato, trabalham nos gabinetes.

A conversa foi registrada porque um dos deputados teria emprestado o celular de um pastor que possui aplicativo para gravar ligações. Na gravação, Corrêa, que afirmou ter se confundido ao usar a expressão ‘fictício', chega a citar, com ofensa verbal, Zé Teixeira. Os parlamentares envolvidos afirmaram terem sido ‘chantageados' pelo pastor que gravou a conversa. 

O inquérito civil que apura suposto improbidade no caso ainda está em andamento no Ministério Público Estadual. 

Foto: Henrique Kawaminami/Midiamax