Moro usa “O Poderoso Chefão” para explicar corrupção

Juiz responsável pela Lava-Jato palestrou em Porto Alegre

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Juiz responsável pela Lava-Jato palestrou em Porto Alegre

Clássico do cinema dirigido por Francis Ford Coppola, O Poderoso Chefão (The Godfather), de 1972, foi a referência usada pelo juiz Sergio Moro para falar sobre corrupção em um congresso promovido pela Associação Brasileira de Direito e Economia (ABDE), em Porto Alegre, na quinta-feira (21), de acordo com o jornal Zero Hora.

Responsável pelos processos em primeira instância da Lava-Jato em Curitiba, ele usou o longa-metragem para falar sobre a dificuldade em encontrar as contrapartidas nos esquemas de corrupção.

Moro citou a abertura do primeiro filme da trilogia, quando um homem suplica para que Don Vito Corleone se vingue dos homens que violentaram a filha dele. Em troca da vingança, o pai oferece dinheiro mafioso italiano. O protagonista concorda em espancá-los, mas nega o pagamento.

“Algum dia, e talvez esse dia nunca chegue, vou lhe pedir um favor. Até lá, aceite como um presente pelo casamento da minha filha”, diz Don Corleone, no filme.

Na palestra, Moro disse que, normalmente, “vende-se uma influência a ser entregue segundo as oportunidades surgem”.

Ainda conforme a reportagem, o juiz não citou nominalmente pessoas e empreiteiras investigadas, mas disse que os contratos da Petrobras tinham reserva de até 3% do valor total para pagamento de vantagem indevida ou propina para executivos da estatal e agentes políticos.

“Estamos falando em contratos da Petrobras, nos quais tudo é superlativo. Até falo brincando que, ao final desse caso, talvez me aposente e vá trabalhar na indústria petroleira porque fui descobrindo umas coisas… Por exemplo, um navio-sonda é muito caro. Um contrato de fornecimento está na ordem de US$ 500 bilhões”.

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