Fetems diz que pagar 14º, 15º, 16º e 17º a professores é ‘fazer política’

Categoria deve receber bem o ano todo, diz Botareli

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Categoria deve receber bem o ano todo, diz Botareli

Extensa reportagem veiculada na noite de ontem, segunda-feira (2), no Jornal Nacional, da Rede Globo, impressionou o país, principalmente aqueles que atuam no magistério, que ficou sabendo que em Costa Rica, cidade sul-mato-grossense, distante 333 km de Campo Grande, o professor da rede municipal recebeu no fim do ano, além do salário de dezembro, os 13º, 14º, 15º, 16º e ainda metade do 17º salários.

Para o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores na Educação de Mato Grosso do Sul), Roberto Botareli, o gesto do prefeito reeleito da cidade, Waldeli dos Santos Rosa, do PR, em nada contribui com a categoria.

“Ele [prefeito] paga mal o professor o ano inteiro e agora faz política ao anunciar estes pagamentos extras. O que o professor precisa é de aumento salarial, de um bom salário, durante o ano todo”, protestou o representante dos professores de MS.

Ao justificar a opinião acerca da reportagem que mostrou professores de Costa Rica felizes e narrando históricos de compra de móveis e reformas de casa com os salários extras, Roberto Botareli, fez uma comparação do salário do professor do Estado.

De acordo com o sindicalista, o salário inicial dos professores do Estado, por período de 20 horas, é assim distribuído: quem tem no curriculum alguma especialização, recebe R$ 2.559,95; já com mestrado, o servidor da educação ganha por mês, R$ 2.753,39 e o professor com apenas ensino superior, tem o salário de R$ 2.503,08, pelas 20 horas semanais trabalhadas.

Ainda conforme Botareli, lá em Costa Rica, o salário do professor com ensino superior, por 20 horas semanais, recebe R$ 1.400,38 (em torno de mil reais inferiores à remuneração do Estado); com especialização, R$ 1.565,46 (também em torno de mil reais menor que o salário pago pelo Estado); e com mestrado, R$ 1.692,25 (R$ 1,1 mil a menos que o pago pelo Estado).

REPORTAGEM

No material exibido pelo Jornal Nacional, nenhum professor queixou-se dos extras, nem raciocinou como Roberto Botareli. Pelo contrário, uma das entrevistadas disse que trocou de carro, outra reformou a cozinha da casa.

O prefeito da cidade, Waldeli de Rosa, disse ao jornal que os bônus destinados aos professores saíram do Fundeb (Fundo para a Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Básico), verba federal repassada aos municípios para ajudar no custeio dos ensinos infantil e fundamental.

Rosa disse ainda que, durante o ano, caiu o número de afastamento de professor por força dos atestados médicos e também das faltas.

Com isso, a prefeitura não precisou pagar salários aos professores substitutos, daí a sobra do dinheiro do Fundeb.

“Quando um professor pede um atestado falso, ele [outros professores] é o primeiro a denunciar, porque naquele lugar daquele atestado a gente vai contratar um professor. O dinheiro vai sair de onde?  Do fundo”, disse ao jornal o prefeito Valdeli Rosa.

A secretária da Educação de Costa Rica, Manuelina Cabral,  também se manifestou na reportagem: “os nossos índices da educação básica estão acima da média nacional. Quem faz realmente a diferença na sala de aula é o professor. E o professor só faz a diferença se ele estiver feliz”.

Ainda conforme o Jornal Nacional, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb, combina resultados de exames padronizados no país inteiro com informações sobre o rendimento escolar dos estudantes. O último indicador saiu em 2015. A média nacional ficou em 5,5. A de Costa Rica foi 6,3.

 

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