Famosa rede de hambúrgueres foi extorquida por fiscais presos na Carne Fraca
Com franquia na Capital, rede teria pago propina para não fechar fábrica
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Com franquia na Capital, rede teria pago propina para não fechar fábrica
A rede de restaurantes e steak house Madero, com sede em Curitiba, pagou propina em dinheiro e em produtos a fiscais envolvidos no esquema de corrupção investigado pela Operação Carne Fraca. A informação consta em despachos do juiz federal Marcos Josegrei da Silva, do Paraná, aos quais o Portal UOL teve acesso.
A rede tem restaurantes em onze estados brasileiros, incluindo um em Campo Grande, no Distrito Federal e também em Miami, nos Estados Unidos. A maior parte dos pagamentos de propina teriam ocorrido em uma fábrica que produzia os hambúrgueres da Madero, em Balsa Nova, no Paraná.
Segundo os despachos, a fábrica foi fechada por “más condições de higiene”. Atualmente, os produtos da Madero são produzidos em uma outra fábrica própria, que fica em Ponta Grossa, a 110 quilômetros de Curitiba.
Os laudos apontam que os pagamentos de propina foram feitos aos fiscais agropecuários Renato Menon e Celso Dittert, ambos presos na Carne Fraca. Quem teria pago foi o gerente Luiz Adriano Urbanski, que vinha sendo extorquido pelos agentes.
Além de pagamentos em envelopes nos valores de R$ 2 mil, os fiscais também teriam recebido produtos como hambúrgueres, picanha e filé mignon.
De acordo com a decisão judicial, os fiscais começaram a criar “dificuldades” ao perceberem que a “empresa atuava dentro da legalidade e não iria ceder às exigências”. Segundo ele, os fiscais chegaram a paralisar a atividade da fábrica, alegando más condições de higiene.
Em entrevista à Veja, o empresário Luiz Renato Durski, dono do Madero, disse que a empresa sofreu extorsões por um ano, e que não noticiou o caso à polícia por medo de sofrer maiores retalhações por parte dos fiscais.
“Existe muita corrupção no Brasil, e existe muito corporativismo nos órgãos públicos. A impunidade é muito grande. O empresário pensa: ‘Se eu denunciar, não vai acontecer nada com o fiscal, e depois ele volta e me arrebenta’”, disse Durski.
Nem a empresa, nem seus funcionários, foram alvo de mandados judiciais. Em nota, Durski disse ter sido “imensamente orgulhoso” de colaborar com a Polícia Federal.
(com supervisão de Ludyney Moura)
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