Ex-ministro é preso pela PF por suspeita de receber propina em obra da Copa

Henrique Eduardo Alves foi preso nesta terça
O ex-ministro e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB) foi preso na manhã desta terça-feira (6) pela Polícia Federal em uma nova fase da Operação Lava-Jato, batizada de Manus.
A investigação apura atos de corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro envolvendo a construção da Arena das Dunas, estádio de Natal, no Rio Grande do Norte, que recebeu os jogos da Copa do Mundo de 2014.
A Polícia Federal afirma que a construção do estádio teve um sobrepreço de R$ 77 milhões. O TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio Grande do Norte já havia julgado irregular a prestação de contas do estádio, alegando que caso os pagamentos permanecessem chegariam a um dano de R$ 457 milhões aos cofres públicos, em 15 anos.
Além de Henrique Alves, a PF cumpre um mandado de prisão preventiva contra o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), também ex-presidente da Câmara, que já está preso em Curitiba desde dezembro do ano passado.
Há ainda 31 ordens judiciais na operação, sendo seis conduções coercitivas e 22 mandados de busca e apreesnão no Rio Grande do Norte e no Paraná. O nome da operação faz referência ao provérbio “Manus manum fricat, et manus manus lavat”, que significa “uma mão esfrega a outra, uma mão lava a outra”.
Delação
A operação foi deflagrada a partir de uma delação da Odebrecht, que apontaria o recebimento de vantagens indevidas por dois ex-parlamentares, que teriam favorecido a participação de duas grandes construtoras na construção da Arena das Dunas.
O ex-ministro Henrique Alves teria feito lobby para evitar o bloqueio de recursos da OAS, que participou nas obras, segundo o ex-presidente da empreiteira, Léo Pinheiro.
O peemedebista estava no governo do presidente Michel Temer (PMDB) até junho do ano passado, quando foi citado em uma delação do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Ele também foi ministro do Turismo nos dois últimos anos do governo de Dilma Rousseff (PT)
(com supervisão de Evelin Cáceres)