Empresa suspendeu as atividades nas sete unidades no Estado

Parte dos deputados da CPI da JBS condicionaram a retirada da ação em Mato Grosso do Sul que bloqueou R$ 730 milhões da empresa a um acordo de leniência estadual – uma espécie de delação premiada para pessoas jurídicas, em que o autor da infração aceita colaborar com as investigações e pode receber redução da penalidade.

Segundo esses deputados, a JBS ainda iria ressarcir os danos ao erário, mas poderia negociar como será feito o pagamento. A preocupação dos parlamentares é com os empregos dos trabalhadores dos frigoríficos.

A empresa paralisou na terça-feira (17) as atividades das sete unidades em funcionamento no Mato Grosso do Sul por tempo indeterminado. A empresa afirma empregar 15 mil funcionários no Estado.

Para o deputado (PMDB) não existe outra solução possível. “A empresa tem razão ao alegar instabilidade jurídica. Então, precisamos de um acordo de leniência local ou entrar em um acordo nacional. Não tem outra saída. Temos que fazer urgentemente uma sessão de conciliação”, afirmou.

Segundo Pedro Kemp (PT), o assunto já chegou ao Poder Judiciário. “A empresa se mostrou disposta a negociar, mas questiona o valor”, disse. Ele afirma que a CPI precisa assegurar os empregos e também o ressarcimento aos cofres públicos.

Relator da comissão, Flavio Kayatt (PSDB) também acredita que o acordo de leniência estadual é importante para garantir o ressarcimento dos cofres públicos. Ele disse ainda que mantém a data de entrega do relatório para o dia 27.

(PMDB) afirmou que a pressão vai existir de todos os lados, mas que a CPI agiu corretamente ao pedir o bloqueio de bens. “Muita gente achou que não ia dar em nada. Não foi pizza. Chegou a uma demanda de milhões que deixou todo mundo estarrecido”.

Presidente da CPI, (PR) ponderou que uma conciliação precisa partir da própria JBS, que pode colocar imóveis como garantia em troca do desbloqueio de bens.

Ele afirmou ainda que a empresa está usando os funcionários e os produtores rurais contra a CPI para tentar reverter a decisão da Justiça. “Não podemos menosprezar a inteligência deles”, disse.

Corrêa conversou também sobre o assunto com o presidente do Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Mauricio Saito.