Para eles manifestações influenciaram mudança

Os deputados estaduais acreditam que o debate sobre a no Estado e ao chegar na Casa de Leis, será forte e intenso. Para eles, a retirada dos servidores estaduais e municipais do projeto enviado pelo presidente da República Michel Temer (PMDB) foi uma estratégia para dividir o “abacaxi” e sair do foco dos protestos de todo o país.

Pedro Kemp, parlamentar petista, é um dos que se posiciona contra a esta reforma e segundo ele, Temer fez uma manobra. “Com certeza ele viu que o negócio estava ficando feio pra ele, com só diversos protestos em todo o país contra a proposta e o foco era ele. Dessa forma, ele decidiu dividir o problema com os governadores. Cada vez mais ele mostra a que veio, que é prejudicar os trabalhadores”.

Mauricio Picarelli, deputado pelo PSDB, mesmo partido do chefe do executivo estadual Reinaldo Azambuja, enfatiza que é preciso a reforma, mas de fato deve ser muito bem debatida com todos. “Sabemos que é necessário, mas é um assunto polêmico, que vamos debater com muito cuidado aqui na Casa e sem dúvida tem que ser conversado entre todos envolvidos. Eu particularmente acho que 65 anos é muito para aposentadoria”.

Flavio Kayatt, também do PSDB, destacou que cada Estado tem suas peculiaridades e é válido dar ao governo estadual definir esta questão, como já estava em Mato Grosso do Sul. “Não vejo como covardia a atitude de Temer, mas uma estratégia sim. Agora vai ser enviado para nós pelo governo estadual e um amplo debate será feito na Casa”.

Renato Câmara, do PMDB, mesmo partido de Temer, enfatizou que agora eles terão maior oportunidade de participar das discussões e debates sobre o tema. “O governo federal viu que estava ocorrendo toda uma revolta por parte dos servidores e resolveu dividir o ônus com os Estados. Assim que chegar para nós analisarmos vamos debater profundamente o tema”.

Mudança

O governo federal retirou do projeto original os servidores estaduais e municipais, deixando a cargo dos Estados e Municípios. Segundo o jornal Estado de São Paulo, a decisão do presidente Michel Temer de retirar os servidores estaduais e municipais da reforma da Previdência, anunciada na terça-feira, deixou 86% do funcionalismo público em atividade no País fora do alcance da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que altera as regras de aposentadorias e pensões em tramitação no Congresso Nacional.

Ainda de acordo com a publicação, do total de 6,214 milhões de servidores públicos (federais, estaduais e municipais), 5,362 milhões não farão parte da reforma depois que o presidente cedeu às pressão dos grupos organizados e parlamentares e anunciou anteontem o recuo na proposta. O cálculo foi feito pelo consultor legislativo do Senado e especialista em Previdência Pedro Fernando Nery.