Ele afirma que vota contra

O deputado federal (PDT), afirmou que a lista fechada nas eleições é uma loucura e totalmente injusta com quem poderia configurá-la e com a população. Para ele, mesmo podendo se beneficiar por ser dirigente de legenda vota contra, por retirar todo o poder da população em decidir quem seja eleito.

O benefício que poder vir a ter com esta alteração, segundo ele, é que como presidente do partido em Mato Grosso do Sul, poderia colocar seu nome na primeira opção da lista. “Se for aprovado esta mudança nas eleições, eu poderia ser beneficiado e teria como colocar meu nome na primeira linha da lista e iria beneficiar somente quem tem a legenda na mão, mas não é correto. É injusto e eu voto contra”.

Para o parlamentar, o eleito que deve escolher. “Com a lista fechada nunca mais haverá renovação e será ruim para o processo democrático. Não entendo por que o Gilmar Mendes [ministro do Supremo Tribunal Federal] está defendendo isso. Era um assunto já resolvido no Congresso e agora voltou a ser debatido”.

Ainda de acordo com o deputado, deve ser difícil ser aprovada esta mudança, pois a população já está contra e vai ficar ainda mais. “Haverá um desgaste muito grande entre quem aprovar esta alteração e o povo, que pode refletir nas eleições do ano que vem. Acho que não será aprovada por que todo mundo tem medo da população. A lista fechada é uma loucura”, finalizou.

Câmara

Em entrevista recente, no último dia 21, o relator da reforma política, deputado Vicente Cândido (PT-SP), disse que “vamos ter de encarar o financiamento público, e a lista fechada é a maneira mais barata”

Na ocasião, segundo a Agência Câmara, o relator afirmou que vai propor sistema de financiamento para campanhas de deputados em que 70% dos recursos sejam públicos e 30% venham de contribuições de eleitores, no limite de um salário mínimo e com proibição de autofinanciamento.

Em seminário internacional sobre sistemas eleitorais na Câmara dos Deputados, Candido disse que o financiamento público possivelmente é o ponto da reforma política que conta com mais apoio na Casa, mas deverá ser vinculado à adoção do sistema de lista fechada.

“Nós vamos ter que encarar o financiamento público de campanha, e a lista fechada é a maneira mais barata. Com o dinheiro que você faria uma campanha para um deputado no estado de São Paulo, você faria para a chapa inteira”, afirmou o parlamentar.

Vicente Cândido confirmou a apresentação do relatório para o dia 4 de abril. A expectativa do deputado é de que a reforma política seja aprovada pelo Plenário da Câmara em maio e comece a ser analisada pelo Senado no mês de junho.

O relator reiterou que vai propor a lista fechada para as eleições de deputados e vereadores em 2018, 2020 e 2022. A partir de 2026, seria adotado o chamado sistema distrital misto, no qual metade dos deputados seriam eleitos pelo sistema de lista fechada e metade pelo sistema distrital, em que vigora o voto majoritário. Para o relator, o Brasil poderia fazer “rodízio” de sistemas eleitorais, para experimentar os vários sistemas. (Informações de Agência Câmara)