Conversa revela detalhes do acerto de R$ 2 milhões de Joesley com Aécio
Aécio diz que recebeu legalmente o empréstimo
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Aécio diz que recebeu legalmente o empréstimo
Documentos da investigação da nova fase da Lava Jato revelam como foi feito o acerto em que o empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS, promete pagar R$ 2 milhões ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), a pedido do senador.
A TV Globo teve acesso à transcrição da conversa entre os dois. Além de Aécio indicar o primo para receber o dinheiro, ele também relata que ficou “dez noites sem dormir direito” e disse que precisa do dinheiro para pagar advogados: “como vou entrar numa merda dessa sem advogado”, disse.
Em nota, a defesa de Aécio diz que ele recebeu legalmente empréstimo de empresário.
Veja abaixo a transcrição:
JOESLEY – Deixa eu te falar dois assuntos aqui, rapidinho. É…a tua irmã teve lá.
AÉCIO – Obrigado por ter recebido ela lá
JOESLEY – Tá…ela me falou de fazer dois milhões, pra tratar de advogado …primeira coisa, num dá pra ser isso mais. Tem que ser….
AÉCIO – É?
JOESLEY – Tem que ser. Eu acho pelo que a gente tá vendo tudo, pra mim e pra você… vai ser, a primeira coisa
AÉCIO – Por que os dois que eu tava pensando era trabalhar (no processo)
JOESLEY – Eu sei, aí é que tá
AÉCIO – ….. assim ó …. toma não tem, pronto. Primeira coisa. Eu consigo (…) que é pouco, mas é das minhas é das minhas lojinhas, que eu tenho, que caiu a venda pa caralho
AÉCIO – [Risos]
JOESLEY – É rapaz, isso aqui era setecentos, oitocentos.
AÉCIO – Como é que a gente combina?
JOESLEY – Tem que ver, você vai lá em casa ou ….
AÉCIO – O FRED
JOESLEY – Se for o FRED eu ponho um menino meu pra ir. Se for você sou eu. [risos] Só pra…
AÉCIO – Pode ser desse jeito…risos
JOESLEY – Entendeu. Tem que ser entre dois, não dá pra ser…
AÉCIO – Tem que ser um que a gente mata eles antes dele fazer delação [risos]
JOESLEY – [Risos] Eu e você. Pronto… ou FRED e um cara desses…pronto
AÉCIO – Vamos combinar o FRED com um cara desse. Porque ele sai lá e vai no cara. Isso vai me dar uma ajuda do caralho. Não tenho dinheiro pra pagar nada. (…). Sabe porque eu tenho que segurar esse advogado. (…) Por que não tem mais, não tem ninguém que ajuda
JOESLEY – E do jeito que tá…
AÉCIO – Antes de ter mandado a ANDREA lá eu passei dez noites sem dormir direito. Falei não vou não porque o cara já me ajudou pra caralho. Mas não tem jeito, eu vou entrar numa merda dessa sem advogado?
JOESLEY – Você tá certo.
AÉCIO – Faz como?
JOESLEY – Pronto. O menino entre em contato com o FRED.
AÉCIO – O menino liga pro FRED. O FRED já sai de lá e já deixa na casa do cara e acabou.
JOESLEY – Pronto. Quinhentos por semana pá pá pá. Eu acho que eu consigo. A partir da semana que vem.
AÉCIO – Primeiro liga pro FRED
JOESLEY – Pronto, eles se acertam
O documento conlcui: “Como se vê da transcrição, Joesley e o Senador Aécio Neves, numa reunião intermediada pela irmã do parlamentar, Andrea, que já havia sido a portadora da solicitação da vantagem indevida feita por seu irmão, acertam o pagamento de 2 milhões de reais, em quatro parcelas semanais, a serem recebidos por um intermediário, no caso, seu primo Frederico Medeiros (FRED)”.
Afastamento e pedido de prisão
O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido de prisão do senador Aécio Neves e não levará para o plenário a decisão sobre o assunto.
O plenário só avaliará o caso se o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, autor do pedido, decidir recorrer da decisão de Fachin.
A decisão de Fachin afastou Aécio Neves do mandato. Ele pode ir ao Congresso, mas não pode votar nem fazer nenhum ato como parlamentar. Fachin apreendeu o passaporte do senador e o proibiu de ter contato com outros investigados.
Em delação premiada à Procuradoria Geral da República, o empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS, entregou uma gravação de 30 minutos na qual Aécio, presidente nacional do PSDB, pede ao empresário R$ 2 milhões para pagar a defesa dele na Operação Lava Jato. A delação foi homologada pelo ministro Fachin.
Operação Patmos
Endereços ligados a Aécio Neves foram alvos de mandados de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira (18) no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em Brasília.
A operação foi batizada pela Polícia Federal de Patmos, em referência à ilha grega onde o apóstolo João teve visões do Apocalipse.
O acesso aos corredores dos gabinetes dos senadores Aécio Neves e do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) no Congresso Nacional foram bloqueados pela manhã.
Os agentes da PF chegaram ao Congresso pela Chapelaria, o acesso principal às duas Casas legislativas. Eles carregavam malotes para apreender documentos e possíveis equipamentos eletrônicos.
No Rio, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em três endereços: os apartamentos de Aécio e da irmã dele e o imóvel de Altair Alves Pinto, conhecido por ser braço direito de do ex-deputado Eduardo Cunha. A irmã do senador, Andrea Neves, foi presa em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte.
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