Mobilização nacional está prevista para setembro

Entidades sindicais de Mato Grosso do Sul não gostaram da decisão do governo federal de fixar o teto remuneratório para todos os servidores do Executivo, Judiciário e Legislativo, incluindo Ministério Público Federal e tribunais de contas de todos os entes da federação, e algumas decidiram fazer mobilização e não descartam greve.

Presidente do Sindsprev-MS (Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federal em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social), Hélio Araújo Oliveira disse que está sendo planejada uma grande mobilização com outros sindicatos envolvendo servidores da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos), metalúrgicos e bancários, entre outros.

Ele também afirmou que o Sindsprev não descarta greve. “Somos totalmente contra as medidas do governo. Não aceitamos redução de benefício algum”, declarou. O Executivo irá enviar ao Congresso uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), determinando que o somatório de todas as verbas recebidas no exercício da função de cada servidor não pode ultrapassar o teto de R$ 33.763.

Gilmar Gonçalves, presidente do Sindsep-MS (Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais), contou que a notícia do limite remuneratório está gerando uma grande inquietação entre os servidores. No entendimento dele, o pacote tem o objetivo de transferir para os trabalhadores o problema financeiro do governo.

O sindicalista avaliou que a informação partiu do governo antecipadamente para poder sentir a reação da sociedade. “São medidas anunciadas e não publicadas buscando apoio do Congresso e o retorno da sociedade”.

Ainda segundo ele, de 15 a 17 de setembro, entidades representativas dos servidores vão se reunir em Brasília para tratar da questão e há indicativo de mobilização nacional para a segunda semana de setembro.

O presidente da CUT-MS (Central Única dos Trabalhadores), Genilson Duarte, afirmou que a entidade é contrária ao pacote e que crise se combate com crescimento econômico e não retirando o direito dos trabalhadores. “Somos contrários a qualquer retirada de direitos. Isso é um congelamento dos salários”, declarou.