Cármen Lúcia homologou delações da Odebrecht

A ministra Cármen Lúcia homologou 77 delações premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht, mas todas as declarações serão mantidas em sigilo na Operação Lava Jato. A bancada de Mato Grosso do Sul no Congresso aprovou a medida, mas tem consciência de que nomes de todos os estados podem aparecer.

Apoiadora da ideia desde que o ministro do STF, Teori Zawasck, relator do caso, morreu em acidente de aéreo, a senadora Simone Tebet (PMDB) acredita que não havia outra saída. “Carmén Lúcia fez o que tinha que fazer. Aplicou a lei e atendeu a vontade das ruas. Mostrou isenção e responsabilidade”, disse ao Jornal Midiamax.

Sobre a possibilidade de algum nome sul-mato-grossense estar nas delações, o deputado federal Elizeu Dionízio (PSDB) alega que não pode pode falar por terceiro, garante que não está envolvido, mas avalia que certamente haverá desgaste no cenário político, já bastante deteriorado pela crise de 2016.

“De modo geral de prejuízo que pode acontece é mais desgaste com a classe politica sul-mato-grossense que já teve vários desgastes ai e que a gente pode ter mais. Acho que o que eu consigo falar de imediato”.

Também atuante na Câmara dos Deputados, Geraldo Resende (PSDB), acredita que o posicionamento da presidente do STF era esperado. “Eu inclusive quando vi a notícia entendi que ela deu um passo positivo para podermos dar continuidade com esta operação e ao mesmo tempo mostrar para o país que não haverá nenhum retardamento nesse processo que todo”.

Sobre a possibilidade de citação de alguém de Mato Grosso do Sul, o tucano se lembrou de que todos têm direito à defesa. “Nós não podemos condenar se algum nome for ventilado, condenar como fazem alguns setores da imprensa e inclusive da própria atividade política que quer destruir seus adversários”, finalizou.

Caso

Na sexta-feira (27), juízes auxiliares do gabinete do ministro Teori Zavascki concluíram as audiências com os 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht que fecharam acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato.

Teori era relator da operação no tribunal. Com a morte do ministro, em um acidente de avião no último dia 19, a presidente do STF autorizou que os juízes auxiliares concluíssem os trabalhos das delações premiadas.

Esse é o último passo antes da confirmação dos acordos firmados por executivos e ex-executivos com o MPF (Ministério Público Federal).

(Foto Cleber Gellio / Midiamax)