‘Apartheid social’: cidade quer impedir isolamento com obras na BR-163

Audiência Pública definiu solicitações para CCRMSVia

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Audiência Pública definiu solicitações para CCRMSVia

Empresários, políticos e moradores do município de Nova Alvorada do Sul, município distante 114 km da Capital, se reuniram para discutir, em uma audiência pública, propostas para apresentar à CCRMSVia que ao menos minimizem os impactos das obras de duplicação da BR-163, no trecho que corta a cidade.

“A concessão da duplicação prevê um único viaduto no município. Não podemos criar um Apartheid social, como um muro segregando cidadãos da margem esquerda daqueles da parte direita do município”, disse o promotor Maurício Cabral, durante o evento que aconteceu na última sexta-feira (17), na Câmara de Vereadores da cidade.

Uns dos responsáveis pela realização da audiência, o deputado João Grandão (PT), destacou o ‘valor legal’ da reunião e cobrou a participação da população local com apresentação de alternativas e sugestões.

 “Pedimos para que a CCR reveja a questão das mãos únicas. Segundo o projeto, a (rua) Antonio Diniz subiria e a (rua) Odete Trombini desceria, o que ficaria muito ruim para o comércio. É preciso que elas se mantenham mão dupla pelo menos do trevo até a (empresa) Dalas”, disse o prefeito Arlei Barbosa (PMDB).

O presidente da Câmara de Nova Alvorada do Sul, Edir Alves de Mesquita (PSD), revelou que um projeto, elaborado em parceria com a Prefeitura e Sindicato Rural, ja havia sido entregue á concessionária, no qual solicitavam mais pontos de passagens de veiculos que cruzam a BR-163. “E também passarelas aos pedestres, tudo para manter o comércio entre o lado direito e esquerdo da cidade, mas não foi por completo atendido e já começaram a fechar partes da rodovia. Da forma que está vai prejudicar o desenvolvimento econômico da cidade”, explicou o parlamentar.

Segundo o promotor Maurício Cabral, já há um inquérito tramitando que apura os reflexos econômicos e sociais das obras de duplicação na cidade, bem como assuntos relacionados às questões ambiental e de segurança.

Duplicação

 “Cerca de 90% pudemos atender. Outros itens foram inviabilizados porque não podemos por vidas em risco, por exemplo, deixando as avenidas lateria da BR duplicadas ou um trevo próximo a um posto de gasolina, que será complicado pela quantidade de caminhões que trafegarão por lá”, alegou o representando a CCR-MSVia, Claudeir Passos. Desta vez, a ANTT (Agência Nacional de Transporte e Trânsito) não enviou representantes.

O prefeito ainda sugeriu a construção de uma trincheira, espécie de passagem inferior de carros somente para veículos de pequeno porte, motos, pedestres e ciclistas, por baixo da rodovia, na altura do Hotel Alvorada. “Sei que pode não ser o ideal para muitos moradores, mas tiraria a necessidade de uma das passarelas e traria uma solução imediata de passagem com segurança dos moradores de um lado para o outro da rodovia, comércio, alunos etc. Essa trincheira ligaria a rua Antônio Diniz com a Odete Trombini, ligaria as duas margens e não afetaria o fluxo da rodovia”, justificou o peemedebista.

Um documento será encaminhado à CCRMSVia com pedido para que as ruas Odete Trombini e Antônio Diniz sejam transformadas em mão dupla, que sejam construídas a passagem de nível (trincheira) na altura do Hotel Alvorada e alças de acesso à Nova Alvorada do Sul a cada 500 metros (durante trecho que a BR corta a cidade), além de solicitação de retirada dos guard rails do acesso ao município, pelo menos até que as obras sejam concluídas.

‘Apartheid social’: cidade quer impedir isolamento com obras na BR-163“Acredito que estamos no caminho certo e o sucesso dessa audiência pública é uma prova disso. A população, por ampla maioria de votos, aprovou uma pauta de reivindicações que deverá ser atendida pela empresa”, frisou o senador Pedro Chaves (PSC), que acompanhou o evento. 

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