Aliados minimizam declaração de Jucá sobre adiamento da reforma da Previdência
Em função do anúncio do adiamento da votação
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Em função do anúncio do adiamento da votação
Após polêmica gerada em função do anúncio do adiamento da votação da reforma da Previdência pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá, para o ano que vem lideranças aliadas ao Palácio do Planalto e até mesmo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, buscaram passar otimismo em relação à apreciação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016.
Para acalmar os aliados, o relator da reforma, deputado Arthur Maia (PPS-BA) garantiu que a apreciação da matéria será iniciada nesta quinta-feira (14). “Está assegurado que amanhã (14) iniciaremos a discussão. É importante que se diga que a discussão não exige quórum para seu início. Vamos iniciar a discussão e vamos avançar. As discussões que estão sendo feitas, muitas outras pessoas irão se unir a nós que estamos defendendo a PEC. Tenho certeza de que termos quórum, pelo menos, para iniciar a discussão”, garantiu Arthur Maia.
O relator da matéria minimizou a declaração de Jucá e disse que não via motivo para uma “mera declaração” prejudicar a apreciação da medida. “O senador Jucá está empenhado em aprovar a matéria. As tratativas dele com o presidente Eunício [de Oliveira] são uma questão referente ao Senado. As tratativas aqui na Câmara, são de outra natureza, e elas têm caminhado muito bem”, assegurou.
Já o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que ainda não tem uma “decisão tomada” sobre a data de votação da PEC e que amanhã (14) vai conversar com presidente Michel Temer. “É claro que a gente sabe que votar semana que vem não é fácil. Mas amanhã o relator está preparado para ler o novo relatório, do acordo, para que independentemente da data da votação, ou na próxima terça-feira, ou em fevereiro, os parlamentares e a sociedade já entendam de forma correta o que será votado e com certeza aprovado”, afirmou.
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Temer discutirá data de votação da reforma da Previdência nesta quinta-feira
O futuro ministro da articulação política, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), também garantiu que a leitura da terceira versão da reforma da Previdência será amanhã no plenário da Câmara, quando também terá início sua discussão. Segundo Marun, embora esteja aumentando o número de parlamentares que votarão a favor da reforma, ainda não há votos suficientes para sua aprovação. São necessários 308 votos favoráveis, em dois turnos de votação, para que a medida seja aprovada.
Segundo ele, faltam de 30 a 40 votos para que o governo alcance o número suficiente. Na opinião do deputado, o tema vem ganhando novas adesões entre os parlamentares e será possível reunir os votos necessários.
Oposição
Parlamentares da oposição comemoram o desencontro de informações entre os governistas para a data de votação da reforma da Previdência. Para o líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP), a reforma foi construída de forma “atabalhoada” pelo governo sem que fossem ouvidos trabalhadores, aposentados e a sociedade, “já que atinge 206 milhões de brasileiros”.
O deputado ressaltou que o governo não dispõe dos votos necessários para aprovar a medida agora e não alcançará o número mínimo de apoiadores no próximo ano.
O líder da minoria, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que somente após notificação oficial de que a reforma não será votada é que a greve de fome realizada há nove dias pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) será interrompida. Por meio de nota, o grupo anunciou que a greve “não apenas segue, como será intensificada”.
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