Só 3 parlamentares foram favoráveis a pedido de Bernal

Os vereadores de Campo Grande rejeitaram, nesta quarta-feira (31), Projeto de Lei do executivo que previa intermediação da Caixa Econômica Federal para realização de empréstimo de R$ 12,5 milhões para atender o Instituto Tecnológico de Campo Grande. Durante votação, os parlamentares classificaram o projeto como ‘supérfluo’, ressaltando que a cidade possui “demandas mais urgentes”.

De acordo com Paulo Siufi (PMDB) seria ‘uma irresponsabilidade do legislativo’ aprovar o projeto de Alcides Bernal (PP). “Investir em tecnologia é valido, mas desde que outros setores como saúde, educação e infraestrutura funcionem. Além disso, o projeto desconsidera que este tipo de empréstimo é feito em dólar e diante da instabilidade da moeda, não há como prever o pagamento disso”, disse. Para Siufi, o projeto também não detalha a utilização dos recursos.

Na votação, o projeto teve apenas três votos favoráveis, justamente dos vereadores que compõem a base aliada de Bernal na Câmara, Luiza Ribeiro (PPS), Cazuza (PP) e Betinho (PRB). Luiza ainda tentou defender o projeto do prefeito, mas suas argumentações não foram consideradas por 22 vereadores que votaram contra o projeto.

“Não devemos considerar autoria de projetos. Temos de pensar que é um projeto que vai beneficiar Campo Grande, qualificando a gestão e trazendo modernização, inclusive no processo de dar mais transparência as ações do executivo”, avaliou Luiza. Betinho e Cazuza não se posicionaram pelo voto favorável.

Eduardo Romero (Rede) explicou que votou contra diante da atual situação financeira da Capital. “A cidade fechou 2015 com déficit de R$ 1 bilhão. Neste ano, a previsão também aponta que vamos fechar no vermelho. Considerando que o executivo não está nem conseguindo pagar piso aos professores, fazer repasses a entidades assistenciais e executar o tapa-buracos, por exemplo, não dá para aprovar empréstimo para investir em tecnologia. Embora reconheça a importância do setor, diante do atual cenário, só posso votar não”.

Outros vereadores como Chiquinho Telles (PSD), Airton Araújo (PT), Eduardo Cury (SD) e Edil Albuquerque (PTB) também ressaltaram a importância de investimento em setores considerados prioritários, para justificar a rejeição ao projeto.