Propina de Eduardo Cunha em indústria de MS pode ter sido de R$ 9 milhões

PF cumpre mandados de busca e prisão em 4 Estados

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PF cumpre mandados de busca e prisão em 4 Estados

Um empréstimo autorizado pela Caixa Econômica Federal de R$ 940 milhões, feito em 2012 pela Eldorado Brasil, empresa do grupo J&F, o mesmo que controla a Friboi, para investir na fábrica em Três Lagoas, distante 338 km da Capital, pode ter rendido ao presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), R$ 9,4 milhões, ou 1% da operação, em propinas.

A revelação foi feita pelo ex-vice-presidente da Caixa, Fábio Cleto, indicado ao cargo pelo peemedebista, e que fechou um acordo de delação com a Força Tarefa da Operação Lava Jato. Para a operação em terras sul-mato-grossense, o aliado de Cunha diz ter levado R$ 940 mil em propina.Propina de Eduardo Cunha em indústria de MS pode ter sido de R$ 9 milhões

À época, a Eldorado investiu R$ 6,2 bilhões para construir a unidade em Mato Grosso do Sul e contou com empréstimos oriundos do poder público. Além dos R$ 940 milhões do FGTS, a empresa também obteve recursos junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e ao FDCO (Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste).

A delação de Fábio Cleto revelou ainda que a negociação da propina foi feita pelo próprio Joesley Batista, presidente da JBS, com Lucio Funaro, operador do sistema financeiro ligado a Cunha.

De acordo com o delator, que fazia parte do Comitê de Investimento do FI-FGTS (colegiado que aprovava os projetos e liberação de recursos), ele se reunia semanalmente com Eduardo Cunha, para informar sobre as pedidos de recursos e definir sobre quais o deputado e Funaro ‘investiriam’ para cobrar as propinas, que variavam de 0,3% a 1% do valor total a ser liberado.

Funaro foi preso pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (1), na Operação Sépsis, um desdobramento da Lava Jato. Ele é acusado dos crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

A casa do presidente da J&F, Joesley Batista, em São Paulo, também foi alvo dos agentes federais, que também cumpriu mandados de busca e prisão no Distrito Federal, Rio de Janeiro e Pernambuco. 

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