Eles estão presos há 23 dias

O procurador-geral de Justiça, Paulo Cezar Passos, classificou os rumores de delação premiada por parte de Gilmar e Andreia Olarte como ‘alarde’ e negou que haja qualquer sinal de que ambos delatarão em troca de liberdade. Para ele, essa seria uma forma de tentar influenciar no andamento do processo e, por esse e outros motivos, Passos pediu a manutenção da prisão do casal.

Na ação sobre a Operação Pecúnia, o chefe do MPE-MS (Ministério Publico Estadual de Mato Grosso do Sul) aponta motivos pelos quais os pedidos de liberdade devem ser rejeitados pelo TJ-MS (Tribunal de Justiça). Para Passos, a argumentação trazida por eles “não encontra o mínimo respaldo, tratando-se de mero esforço tumultuário”, conduta, inclusive, que destaca necessitar de providências por parte do judiciário.

O procurador-geral retoma os motivos pelos quais eles estão presos desde o último dia 15, entre eles os fortes indícios da prática ilícita como o acréscimo patrimonial, por meio de utilização de contratos de gaveta, “valendo-se de falsidade ideológica são incompatíveis com a capacidade financeira do casal e concomitantes ao enriquecimento ilícito decorrente dos atos criminosos” feitos antes de Olarte ficar no lugar de Alcides Bernal (PP) na Prefeitura.

Além disso, nas palavras do MPE-MS, o casal branqueou os recursos obtidos por meio de corrupção, passou a influir direta e ostensivamente na manipulação das provas alterando declaração de imposto de renda, adequando lastro patrimonial e, ainda, ocultando propriedade de imóveis com auxílio do denunciado Ivamil Rodrigues, que é corretor de imóveis e também está preso.

Portanto, diante dos fatos apontados, Passos alega que em liberdade eles “exercerão influência nociva no deslinde da ação penal”. Para exemplificar, o procurador-geral esclarece que a questão da delação premiada não passa de estratégia.

“Primeiro, porque nenhuma sinalização ou contato nesse sentido até a presente data ocorreu; depois, porque aparenta se tratar apenas de manobra para tentar, uma vez mais, influenciar no resultado do processo por meio de envio de recado a outras pessoa sou autoridades envolvidas como coautores ou partícipes”.

Vale ressaltar que a manifestação do MPE-MS foi feita no último dia 6, ou seja, antes da renúncia de Olarte aos cargos de prefeito e vice-prefeito feita na manhã desta quinta-feira (8). Além de recursos no TJ, o casal tenta liberdade por meio de habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) e aguarda julgamento.