Prefeito reeleito cassado por compra de votos é diplomado graças a liminar

Denúncia é de distribuição de 17 mil litros de combustível

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Denúncia é de distribuição de 17 mil litros de combustível

Cassado pela Justiça Eleitoral por compra de votos por meio de distribuição de gasolina, o prefeito reeleito de Caarapó Mário Valério e o vice dele Martim Flores de Araújo, ambos do PR, vão tomar posse no dia primeiro de janeiro graças a uma liminar que permitiu que os dois fossem diplomados, anteontem, sábado, dia 17.

Prefeito e vice tiveram os registros de candidaturas cassados por determinação da juíza Cristiane Aparecida Biberg de Oliveira, na sexta-feira, (16) e a sentença foi publicada nesta segunda-feira (19).

De acordo com a denúncia, a coligação que venceu em Caarapó, a “Honestidade, Seriedade e Trabalho”, teria favorecido eleitores durante a campanha com 17.855 litros de gasolina. O combustível, diz a denúncia, saía das bombas do Auto Posto Baena, propriedade do vice eleito Martim Flores, conhecido na cidade como Martim do Posto.

O esquema da distribuição do combustível foi desvelado por meio de uma operação policial conduzida pelo Departamento de Operações de Fronteira, o DOF.

No posto, os policiais, segundo a ação de investigação judicial eleitoral – instaurada a pedido do Ministério Público Eleitoral – , “apreenderam com os condutores [que ali transitavam] e funcionárias [do posto] nas dependências do Auto Posto Baena Ltda., de propriedade do candidato a vice-prefeito, o ora requerido Martim Flores de Araújo [o vice eleito] inúmeros vales-combustível, que davam direito a abastecimento de cinco ou dez litros de combustível, os quais eram assinados pelo gerente do posto, o requerido Aparecido da Silva”.

Ainda segundo a ação, na batida policial feita no posto “foi apreendido o valor de R$ 86.000,00, distribuído em notas de R$ 10,00, R$ 20,00, R$ 50,00 e R$ 100,00”.

O dinheiro, segundo a direção do posto, seria para quitar dívidas da empresa.

A reportagem tentou na manhã desta segunda-feira contato com o prefeito e o vice eleitos, mas não conseguiu. Também foram disparadas ligações para o escritório do advogado deles, mas lá ninguém atendeu ao telefone.

Com a liminar que permitiu a diplomação dos denunciados, a posse deles, por regra, está garantida. Mario Valério e Martim Flores ganharam tempo para apresentar a defesa.

Isso porque a Justiça Eleitoral entrou em recesso e o expediente na corte retoma a normalidade no dia 10 de janeiro.

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