Perícia paga por Giroto defende obras investigadas pela Lama Asfáltica
Intuito é livrá-lo de pedido de prisão
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Intuito é livrá-lo de pedido de prisão
O ex-secretário de Obras e ex-deputado federal, Edson Giroto (PR), pagou perícia particular à obra na faixa de rolamento da rodovia MS-171 em Aquidauana, entregue em dezembro de 2014, último mês de mandato do ex-governador André Puccinelli (PMDB). O resultado vai de encontro às investigações da Operação Lama Asfáltica que sustenta que vários serviços contratados, no total de R$ 10,4 milhões, não foram feitos pela Proteco Construções, empresa de João Amorim.
A força-tarefa do MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso di Sul), afirma que a implantação de dispositivos de drenagens, numa expansão de 90 quilômetros, não foi realizada conforme firmado em contrato. A atual gestão da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) também realizou perícia que confirmou as irregularidades.
Por isso, em dezembro do ano passado o MPE pediu prisão preventiva de Giroto, Amorim e outros envolvidos no caso, mas sem sucesso. A força-tarefa segue com o pedido e por isso o ex-secretário, “visando a produção de prova contrária às alegações do Ministério Público que, repita-se, sustentam-se especialmente na vistoria realizada pela atual gestão da AGESUL, sem critérios técnicos pré-estabelecidos”, contratou o IPC (Instituto de Perícias Científicas).
Foi realizada pericia de engenharia analítica sobre os serviços contratados para a MS 171, “relativos ao contrato OV n.º 048/2014, tendo como base o Ofício n.º 83/COMAE/2015 enviado pela Coordenadoria de Suporte Manutenção de Empreendimentos da AGESUL para o Secretário de Estado de Infraestrutura, datado de 25 de agosto de 2015, subscrito por Edivaldo Merísio”.
Na perícia feita a pedido de Giroto, houve a confrontação pelos peritos dos registros fotográficos produzidos na vistoria realizada no local no dia 29 de março de 2016, com as da obra entregue em 20 de dezembro de 2014, “constatando os experts modificações havidas no decurso do tempo e, especialmente, as intervenções decorrentes de manutenções praticadas na estrada”.
Conforme os autos, quanto aos laudos de medição da obra, constatou a perícia, a partir do conjunto de relatórios de medição de obra produzidos no decorrer da sua execução, que, quanto à sequência dos serviços medidos, há “coerência logico-executiva quanto às etapas construtivas ali envolvidas, não havendo indícios de mensuração e adimplemento de serviços incompatíveis com a evolução normal da sequencia executiva”.
O ex-secretário sustenta, ainda, que em relação ao que diz a Agesul, a perícia particular aponta que entre a data da entrega a obra e a realização da referida vistoria decorreram 245 dias, “fato que pode ter acarretado a reconfiguração física dos serviços realizados, em virtude do tráfego constante, intervenções eventualmente praticadas por terceiros, ausência de manutenção periódica em trechos específicos e, ainda, ação das intempéries (ciclos de cheias e enchentes do Pantanal), concluindo que “as referencias retratadas no ofício suso referido podem ser severamente distintas daquelas existentes na época da finalização dos serviços”.
Prisão – O pedido de cárcere feito em dezembro e que ainda está em trâmite se estende a Elza Cristina Araújo dos Santos, sócia na empreiteira Proteco, Eólo Genovês Ferrari e Romulo Tadeu Menossi, engenheiros da empreiteira, João Afif Jorge e Donizeti Rodrigues da Silveira, engenheiros do governo, Maria Wilma Casa Nova Rosa, ex-diretora da Agesul (Agência Estadual de Empreendimentos) e Wilson Roberto Mariano, que ocupou o mesmo cargo, além de ser ex-deputado estadual.
Giroto, Amorim e Beto Mariano foram presos vários vezes devido à operação, mas conseguem liberdade por força de liminar. Em maio eles ficaram reclusos no Centro de Triagem por mais de 40 dias.
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