Nos autos ele admite rivalidade com Bernal
O ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PTB), alega na defesa prévia à ação da Operação Coffee Break na qual foi denunciado não haver qualquer prova de que a cassação do atual chefe do Executivo, Alcides Bernal (PP), ocorrida em março de 2014, tenha sido orquestrada. Nos autos, a defesa do ex-peemedebista sustenta que a Comissão Processante, fruto da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Inadimplência, apresentou irregularidades suficientes para cassá-lo.
“O MP procedeu a uma leitura criminal de um processo exclusivamente político. O trabalho desenvolvido pela Comissão Processante, no âmbito do Legislativo Municipal, reuniu uma miríade de provas afirmativas das infrações político-administrativas protagonizadas pelo prefeito”. Além disso, argumenta que o diálogo que Nelsinho teve com o vereador Flávio César (PSDB) foi de cunho opinativo como agente público.
“O requerente, como agente político, ofereceu a sua opinião ao interlocutor, argumentando que um relatório técnico e chancelado por juristas seria recomendável”, conforme as palavras do advogado Cezar Maksoud.
A defesa do ex-chefe do Executivo destaca também que “atuar politicamente pela concretização da cassação de mandato de um adversário político não é crime desde que provadas as infrações político administrativas em um processo administrativo que contemple a ampla defesa e o contraditório”.
Na peça há explicação de que Nelsinho foi prefeito por oito anos e presidente da Câmara Municipal antes disso. Portanto, levando em conta a rivalidade político entre ele e Bernal, é compreensível o pensamento de que ele tenha participado de suposta articulação política para afastar o adversário.
Contudo, reafirma não passar de especulação, consequência da natureza turbulenta do contexto político, “portanto suscetível a comentários, fofocas, intrigas, maledicências e outras formas de covardia verbal de homúnculos incapazes de apresentar provas (porque não as tem) e rastejam no solo pestilento do ‘ouvir dizer’”.
Prazo – Antes de Nelsinho, o empresário Carlos Naegele já havia entregue peça de defesa prévia. O vereador Jamal Salém (PR) e o dono da Proteco Construções Ltda, João Amorim, pediram dilação do prazo para a entrega da peça. Ambos alegam tratar-se de processo complexo que levou mais de nove meses para ser concluído e, por isso, há necessidade de maior tempo aos denunciados para responder às acusações.