Vazamentos do Panamá envolvem Eduardo Cunha (PMDB) e João Lira (ptb)
A Mossack Fonseca, escritório de advocacia e consultoria do Panamá, investigado na 22ª fase da Operação Lava-Jato, voltou a ter destaque na imprensa nacional e internacional depois do vazamento de documentos da empresa que comprovam a ligação de políticos e empresas citados na Operação Lava-Jato com empresas do exterior. Ao todo, 107 offshores – empresas com donos daqui mas registradas em outro país – estariam ligadas aos citados.
O vazamento, chamado de Panama Papers, recebeu destaque em vários outros países. Segundo a rede de televisão britânica BBC, os 11 milhões de documentos da Mossack mostram como o escritório agia para lavar dinheiro e livrar as empresas de pagamentos de impostos. Possuir uma offshore não é ilegal, desde que a empresa seja declarada no Imposto de Renda.
Dentre os políticos citados nos documentos estão o presidente da câmara Eduardo Cunha (PMDB) e o ex-deputado federal João Lira (PTB). Teriam sido auxiliados pelo escritório, para a criação da empresas irregulares no exterior, 57 pessoas citadas na Lava-Jato. Os vazamentos revelaram nove empresas novas à investigação da Polícia Federal.
Também foram explicitados esquemas de lavagem de dinheiro comandados por 72 chefes e ex-chefes de estado, entre eles, o ex-presidente do Egito, Hosni Mubarack, do ex-líder da Líbia, Muammar Gaddafi, e do presidente da síria, Bashar Al-Assad, além de um banco russo e políticos ligados ao presidente Vladmir Putin. A Mossack afirmou que trabalha há 40 anos dentro da legalidade.