Liberações podem ser prorrogadas por PF e MPF

Os dois presos temporários da 27ª fase da Operação Lava-Jato devem ser liberados hoje (5), caso não haja pedido de prorrogação do período de prisão para mais 5 dias, ou haja pedido de prisão preventiva, que é quando os presos ficam a mercê da investigação, sem prazo para serem liberados. Os pedidos podem ser feitos pela PF (Polícia Federal) ou pelo MPF (Ministério Público Federal), e seriam julgados pelo Juíz Sérgio Moro, atual responsável pelos processos da Lava-Jato.

Ronan Maria Pinto, proprietário do jornal Diário do Grande ABC e de uma empresa do ramo de transportes em São Paulo, é investigado por receber parte de um empréstimo fraudulento de R$ 6 milhões das mãos de pecuarista José Carlos Bumlai, inicialmente concedido pelo Banco Schahin. Ronan também é acusado de obter vantagens por não publicar reportagens que pudessem ligar o PT, o ex-presidente Lula e José Dirceu, à morte de Celso Daniel, candidato da oposição às eleições de Campinas de 2004.

A defesa de Ronan alega que o investigado não sabia da origem do empréstimo concedido por intermédio do grupo Remar, e que o utilizou para financiar a compra de uma nova frota de veículos para sua transportadora. Também afirmam ser desinteressante aos grupos políticos acusados de participar na morte de Celso Daniel, a chantagem de um pequeno jornal do ABC paulista, quando a grande mídia seria a maior responsável pelas acusações.

Já o ex-secretário do Partido dos Trabalhadores, Sílvio Pereira, é investigado por participar das negociações entre Ronan e o PT, além de ser acusado de receber doações ilegais de empreiteiras investigadas pela Operação Lava-Jato, a OAS e a UTC. Sílvio, também conhecido como Silvinho, afirmou que conhece Ronan, mas negou em depoimento à PF que tenha participado de qualquer negociação entre o empresário e seu antigo partido. Também disse que seu trabalho junto às empreiteiras foi apenas fornecer cestas de Natal.

Ambos investigados encontram-se presos na sede da , em Curitiba, desde o dia 1º de abril. O foco da atual 27ª fase da Operação, batizada de Carbono 14, é investigar quais seriam os fins do empréstimo concedido à Bumlai pelo Grupo Schahin, de R$ 12 milhões. A PF acredita que o dinheiro seria destinado a quitar dívidas do PT.