Impeachment, protestos e ação contra Lula repercutem nos discursos em Plenário

A oposição se adiantou e anunciou obstrução

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A oposição se adiantou e anunciou obstrução

O clima político acirrado depois da condução coercitiva e busca em locais ligados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva repercutiu no Plenário da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (8).

Deputados comentaram ainda a pressão pela instalação da comissão especial que vai analisar o pedido de abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e a manifestação contra o governo marcada para domingo (13).

A oposição se adiantou e anunciou obstrução a todas as votações até que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida sobre o recurso da Câmara para esclarecer pontos da decisão sobre o rito do impeachment.

O líder do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM), disse que as notícias da semana passada aprofundaram ainda mais a crise e levaram a oposição a subir o tom. Ele também defendeu a ação contra o ex-presidente Lula e condenou a reação do político.

“Depois que saiu da Polícia Federal, o ex-presidente Lula quis cantar de galo, afrontou a Justiça brasileira, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal, a oposição, a imprensa brasileira e os órgãos de comunicação. O ex-presidente Lula, não satisfeito, incitou a pouca militância que ainda resta ao PT à violência contra o povo brasileiro”, criticou.

Críticas à condução coercitiva
Em nome da liderança do PDT, o deputado Weverton Rocha (MA) criticou a decisão do juiz Sérgio Moro de usar a condução coercitiva para ouvir o ex-presidente. “Não há espaço na democracia para que agentes judiciários e policiais federais façam interpretações de leis de modo a agir de maneira arbitrária e autoritária, como uma condução coercitiva, mesmo quando a pessoa não tenha se negado, em nenhum momento, a se apresentar à Justiça”, afirmou.

Para o deputado Zé Geraldo (PT-PA), a Justiça “sequestrou” Lula. Na opinião do deputado, a condução coercitiva do ex-presidente, na última sexta-feira (4), é totalmente contestável.

O compromisso do ministro do STF Luís Roberto Barroso em decidir na semana que vem sobre os recursos contra a decisão do rito do impeachment, que pode destravar o andamento do pedido de abertura de processo contra a presidente, foi destacado pelo deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS). “Esta Casa vai ter que tomar uma decisão. A crise política é a mais grave da história democrática do País. E vai passar por esta Casa. E esta Casa não pode se omitir”, disse.

Para a deputada Moema Gramacho (PT-BA), o processo de impeachment é uma afronta à democracia e à Constituição. “Não se deve destituir uma presidente eleita de forma legítima”, defendeu.

O deputado Assis Carvalho (PT-PI) criticou a obstrução dos partidos de oposição. “Para atingir o governo, a oposição prejudica toda a sociedade”, avaliou.

Manifestações do dia 13
O deputado Daniel Coelho (PSDB-MG) defendeu as manifestações anti-corrupção e pró-impeachment do dia 13 e reclamou da atuação de setores e movimentos sociais ligados ao governo do PT que, na sua avaliação, querem criar um clima de guerra para a manifestação.

“Não adianta o discurso retórico do governo nem a tentativa de criar o medo e o pânico para evitar que os brasileiros se manifestem de forma pacífica no próximo domingo”, disse.

Para o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), “a combinação explosiva entre a recessão profunda e o maior escândalo de corrupção visto no País demonstra que o PT perdeu as condições para governar”. Ele avaliou que o País necessita da renovação para superar a crise.

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